Pesquisas de mercado têm indicado nos últimos anos o crescimento consistente do público feminino com o uso de jogos digitais, perfazendo hoje algo como 48% dos jogadores, segundo dados da ESA, Entertainment Software Association, em 2014. No entanto, apenas 12% dos desenvolvedores de games é do gênero feminino, aponta informativo do projeto Girls Make Games, que busca valorizar o papel das mulheres na produção de jogos e o aumento desse contingente profissional.
Basicamente, a equipe do projeto realiza workshops e jams de games durante os acampamentos de férias para garotas em várias partes do mundo, com o objetivo de inspirar a próxima geração de designers de jogos. A meta do projeto, iniciado no ano passado, é ensinar 1 milhão de garotas a desenvolver, programar e criar games até 2020. De uma pequena oficina de quintal o projeto já alcançou 14 localidades internacionais em poucos meses.
Laila Shabir, empreendedora e uma das responsáveis pela iniciativa, explica como é importante que a produção de games possa contar também com a força de trabalho e o olhar feminino em suas criações. "[Os meninos] são os únicos que acabam fazendo jogos para meninas. É um ciclo que precisamos quebrar", afirmou em conversa online com a jornalista especialista em games Bruna Novo. "As estudantes universitárias têm me dito o quanto é sufocante estar em uma sala de aula cheia de meninos e que elas precisam de mais vozes para criar projetos mais interessantes. Para tornar um ambiente melhor para todos, é importante dispor de opiniões diferentes sobre assuntos diferentes", declarou.
A chegada de uma iniciativa do gênero no Brasil seria uma oportunidade bem vinda para reverter a misoginia ainda vigente na forma como parte do público e mercado ainda enxergam a participação feminina na produção local. Os interessados em apoiar a iniciativa podem colaborar por meio de doações ao projeto através da página com os dados para contribuições.
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