O Drops de Jogos acompanhou o primeiro dia da Brasil Game Show, maior feira de games do Brasil e América Latina, que ocorre de 8 até 12 de outubro em São Paulo. A despeito do fantasma da crise nacional e da alta do dólar, a maioria dos desenvolvedores independentes consultados na feira, presentes em sua maior parte no Pavilhão Indie, demonstra nutrir expectativas positivas em relação ao mercado de games e as perspectivas para o futuro do meio.
"É muito gratificante poder desenvolver um projeto da dimensão de Neymar Jr. Quest com parceiros tão renomados como a NR Sports, Maurício de Souza Produções e Skillab", afirmou Maurício Tadeu Alegretti, desenvolvedor do estúdio Smyowl, de Sorocaba. Para o profissional, apesar da crise econômica, o panorama de oportunidades está apenas iniciando para os indies brasileiros, que começam a deixar a sua marca nesse mercado. "Há muito trabalho a ser feito, mas acredito que as perspectivas são animadoras", ressaltou durante o bate-papo com a equipe do Drops de Jogos.
Com opinião semelhante, os criadores de jogos digitais do estúdio indie Tree of Dreams, que atravessou o país de Manaus até a BGS em São Paulo para exibir ao público os trabalhos The Cannon Man Adventures e o recém criado Neon Hero, exibiram visível empolgação ao participar do evento e poder dialogar com outros desenvolvedores, imprensa e público presentes. "Essa troca é muito importante e o feedback do público é uma excelente forma de ajudar a aprimorar nossos projetos", explicou Claudio Sampaio, programador-chefe da empresa.
Daniel Hebron, que é diretor criativo, enfatizou o momento vivido no país com o crescente desenvolvimento de projetos que começam a despertar a atenção dos grandes players do mercado, como publishers e sistemas dos principais consoles. Na opinião dele, eles começaram a se abrir para a experiência com games indies nacionais. "Estamos conseguindo mostrar que o Brasil é capaz de produzir excelentes jogos em todos os estados e é importante ressaltar a representatividade da região norte, que também exibe criações de qualidade".
Claudio avaliou que grande parte desse movimento se deu especialmente por conta do suporte oferecido pelos sistemas de vendas online para dispositivos móveis, que deram oportunidade e visibilidade para as produções realizadas mesmo fora dos eixos culturais mais expressivos. "Não fossem os mobiles, não teríamos conseguido apresentar ao mundo nossa produção", comentou. "Do ponto de vista tecnológico, não temos grandes dificuldades adicionais em relação aos grandes centros, mas é sempre um desafio criar games em regiões mais distantes", explicou Claudio Sampaio. "E também desafiante mudar o pensamento dos empresários locais para investir em games", emendou o também empresário e desenvolvedor Daniel.
Outros profissionais ouvidos como Pedro Nastari, CEO do Penguin Spot; Alex Barroso Alves, cofundador e game designer do estúdio paulistano Too Nerd To Die; o carioca Rafael Maiworm Hoeltz, criador de Pipa Combate; e os jovens do estúdio paranaense 2dVerse, que desenvolvem um game em parceria com os Irmãos Piologo, pareceram igualmente unânimes ao considerar que, mesmo ante o quadro conturbado vivido pela nação, a produção indie para jogos digitais está disposta a marcar território e explorar novos caminhos de olho no mercado global. Este movimento de otimismo coletivo, especialmente por não ter sido induzido entre os entervistados, demonstra que um panorama de adversidades pode ser superado com foco, determinação, trabalho consistente e boas oportunidades.
O Drops de Jogos se mantém alinhado com estas expectativas e segue no papel de divulgar os bons trabalho realizados e disseminar a produção dos jogos digitais como expressão cultural e linguagem contemporânea no Brasil.
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