Opinião: Por que Horizon Chase foi o jogo brasileiro de 2015 para mim? - Drops de Jogos

Opinião: Por que Horizon Chase foi o jogo brasileiro de 2015 para mim?

Um jogo pode ser muitas coisas. Mas o que me guia em Horizon Chase é certamente a sua música. Concebida por Barry Leitch, o compositor de Top Gear para Super NES nos anos 90, a trilha de Horizon faz os gamers mergulharem em seus celulares iOS ou Android para corridas 3D que são bastante competitivas. O objetivo é terminar as provas com combustível suficiente para ultrapassar seus adversários até a linha de chegada.

Foto: Divulgação

Horizon conquista os jogadores pela nostalgia e justamente esta é a sua maior virtude. No mesmo ano do lançamento de Toren (Swordtales) e de Chroma Squad (Behold Studios), o estúdio gaúcho Aquiris transformou este título de corrida no seu primeiro game original e sem apoio de grandes marcas como Cartoon Network para mobile. O jogo é mais agradável até do que Odallus: The Dark Call, um jogo 2D lançado pela JoyMasher e com nível de dificuldade desafiador num formato "de Castlevania". 

Antes de Horizon Chase, uma das poucas experiências originais similares anteriores do Aquiris foi com Ballistic, título de tiro em primeira pessoa.

Jogo fruto de um plano de investimento consistente

Cerca de 25% da operação do Aquiris Game Studio foi vendido para a CRP Companhia de Participações, gestora de fundos de capital de risco no Rio Grande do Sul, a partir do dia 22 de maio.  A operação injetou R$ 10 milhões em um estúdio que começou como uma startup gaúcha e se instalou na sede da Ubisoft em Porto Alegre. A verba criou um planejamento dentro da empresa para desenvolver sete jogos de alta qualidade em três anos. Os gaúchos também precisam aumentar seu faturamento anual de R$ 5 milhões para R$ 20 milhões.

Horizon Chase foi o primeiro passo para agir como uma empresa milionária de dois dígitos. Anunciado originalmente como RETRO-RACERS, em março de 2015, o jogo se tornou o principal destaque nacional da Sony em apresentação oficial na Brasil Game Show (BGS). Sandro Manfredini, o diretor de negócios da companhia gaúcha, fez uma apresentação stand-up digna de outras grandes marcas ali, como a Capcom que anunciou a lutadora Laura no mesmo evento.

Diferente de jogos como Toren que aguardamos por pelo menos quatro anos, Horizon veio, desenvolveu-se aos poucos e agora é esperado para o PlayStation 4 como um dos jogos de sucesso do setor, para além do mobile em que ele é free-to-play (as primeiras pistas são gratuitas). O Brazil Game Awards (BGA), ocorrido dentro da BGS, elegeu Horizon Chase como o jogo brasileiro do evento. A comissão que votou por este jogo foi formada por alguns dos sites mais reconhecidos do setor de games no país: Adrenaline, Baixaki Jogos (Tecmundo Games), revista EGW, Editora Europa, Gamehall, IGN Brasil, Jogabilidade, Omelete, Overloadr, PlayTV, TechTudo e UOL Jogos.

O título foi um dos melhores de 2015 na App Store da Apple, em seu sistema iOS.

Simplicidade que cativa

Os comandos são básicos e postos na tela. Basta acelerar ou brecar, acionar o turbo e capturar itens na tela. A escolha do seu carro, em esportivos que simulam modelos como Ferrari ou Dodge Viper, são fundamentais para correr de diferentes formas. Mesmo com opções que vão se liberando a medida que você avança, o game é simples do começo ao fim.

O que o mercado brasileiro de jogos precisa, muitas vezes, é de um título simples e cativante neste aspecto. É surpreendente como Horizon Chase é bem acabado e com pouquíssimo bugs. O game tem espaço até para um "easter egg", um segredo, de um pedido do músico Barry Leitch para sua namorada. O jogador precisa apenas desenhar um coração na primeira pista do jogo para encontrar a mensagem.

Minha experiência com o game

Lançado em 20 de agosto, eu tive a chance de apreciar o game antes, durante o BIG Festival em São Paulo, com uma demo mostrada pelo pessoal do Aquiris Game Studio que viajou de Porto Alegre para nos mostrar. A experiência de cara foi agradável e gratificante. O jogo executava bem as curvas para uma pessoa que não é muito fã de jogos de corrida, como eu.

O título mostra o Golden Gate de São Franciso, nos Estados Unidos, até o Taj Mahal em ambientes 3D simplificados e bem polidos. A ideia é que você parece estar dentro de um cartum, um jogo repleto de cores vivas e com uma trilha sonora que te permite mergulhar dentro do celular, com muito rock'n'roll além dos sintetizadores. É um retorno reconfortante a era dos 16 bits, 20 anos depois. Para as novas gerações, é um convite para conhecer o que foi o impacto de Top Gear nos tempos atuais.

Através dos smartphones e da nostalgia, Aquiris conquistou jogadores e a opinião internacional, merecendo o lugar de melhor game deste ano.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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