Indie

Os gamers e os indies. Por Maurício Corsetti

Maurício Corsetti, especialista em Marcas & Responsabilidade Social, escreveu sobre os indies. E sobre a oferta de jogos nos dias de hoje com os independentes. Leia. Do Dyxel Gaming.

Gostar de indie games dá trabalho: a oferta de jogos é muito grande, o dinheiro disponível para marketing é muito curto e, por isso, dar match com um jogo numa grande loja é quase impossível. Muitos jogos independentes são feitos para PC ou smartphone – e eu, que passo horas no Xbox, mesmo com a gigante Microsoft sempre dando um espaço para os independentes, somente os melhores conseguem seu lugar ao sol.

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Numa passada rápida pelo meu histórico de jogos no site True Achivement, resgatei os últimos indies jogados nesta pandemia: Raji, Narita Boy, Vala, The Messenger, Sansara, Coffee Talk, Deliver Us The Moon e Dead Cells. Todos estes jogos foram minerados no YouTube sob a busca “best indie games of”. Muitas das minhas escolhas se perderam no tempo, pois, a cada vídeo assistido, vinha uma data de lançamento no futuro e eu nunca mais ouvi falar de muitos dos games que escolhi.

Para comparar, leio semanalmente sobre o possível lançamento de muitos AAA que, como blockbusters similares aos filmes do cinema, sempre sabemos quando vai sair o próximo FIFA, Assassin’s Creed, Battlefield, COD, etc. Vamos estimar que sejam uns 30 a 40 jogos do tipo por ano, em todas as plataformas para que você possa compreender o que vem a seguir.

Um estudo de 2020 realizado no Steam levantou que existem 781 milhões de jogos registrados na plataforma. Destes, aproximadamente 37% dos jogos nunca foram jogados. É muita coisa! Pode-se pensar que muita gente registra jogos para saber como funciona o processo e nunca teve a real expectativa de que o jogo fosse, de fato, jogado. Muitos destes jogos podem ser conceitos e não oferecem uma real jogabilidade. Muitos outros podem até ser clones. Tudo bem: não precisamos gastar tempo com eles. Mas o ponto é sobre a quantidade de jogos criados ano a ano que simplesmente não chegam até os jogadores por falta de publicidade.

Não quero e não vou defender estes jogos, mas vou defender os desenvolvedores e as publishers de indie games. Alguns sites argumentam que o sucesso dos games AAA torna possível que plataformas incentivem a produção dos independentes. Isso pode ser verdade para os indies que eu joguei no meu Xbox. Entretanto, os jogos indies precisam de uma melhor forma de distribuição, ou melhor, de uma comunicação mais eficiente. O mercado não é como o filme do Kevin Costner “Campo dos Sonhos”, onde o personagem principal ouve uma voz dizendo “se você construir, ele virá”. Se você programar, o jogador não virá. Ponto. Publicar o jogo não é suficiente, pois os indies disputam com os grandes jogos o seu tempo disponível.

Os indies precisam de orientação, precisam de maturidade para negócios. O que falta em dinheiro sobra em originalidade e paixão. É preciso repensar o modelo e criar relacionamento com os jogadores, com os fãs. Isso é o que a Dyxel está desenvolvendo, um espaço para novos games, uma forma de estreitar laços, um jeito de mudar o jogo.

781 milhões de jogos… Desafie-se a jogar o novo!

Veja os vídeos da semana acima.

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