Indie

Jogo brasileiro Pousada da Dona Clotilde é uma mistura de Datena e true crime nacional, dizem devs

Ana Antar e Pedro Silva concederam uma entrevista sobre o game brasileiro Pousada da Dona Clotilde no dia 13 de dezembro de 2022. A conversa no NewsGames 271 da Rádio Geek destrinchou detalhes do jogo de terror em crowdfunding no Catarse. Você pode financiar o jogo aqui. Eles precisam desse financiamento.

Os dois explicaram a ideia do jogo brasileiro. É algo entre o Datena e o true crime do Brasil:

“A Clotilde traz um contraponto ao protagonista Bromildo. E a gente traz um contraponto do ponto de vista do chamado etarismo. Porque a gente tem uma senhora idosa que é a nossa vilã. Ela se faz de boazinha e oferece um chá. Foi importante para que a gente brincasse com isso. Queríamos uma vilã que fosse uma senhora. A mulher idosa é colocada nesse lugar de fragilidade independente de qualquer fator. A mulher já é colocada nesse lugar. Uma idosa branca é colocada num papel de incapaz de fazer algum mal. Médica aposentada! Coitada!”, diz Ana Antar no minuto 1:10:42.

“A pousada inteira expõe algo doente”, completa Pedro. “A gente brinca com esse lugar comum da senhorinha branca brasileira que diz: ‘quem me conhece, sabe! Eu nunca faria isso’. Ela estava nos protestos dos patriotários. Ela é ardilosa. Não está no lugar da pessoa manipulada. Ela vai muito no imaginário do true crime brasileiro, que é diferente do serial killer americano. É como a Mulher da Casa Abandonada [podcast investigativo da Folha de S.Paulo]. É como a Margarida Bonetti, que comete crime e a galera vai defender”, explica Ana, citando também programas policiais sensacionalistas como o Datena, na TV aberta.

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Jogo brasileiro Pousada da Dona Clotilde. Foto: Reprodução/YouTube

Os devs também fizeram críticas a falta de financiamento público e privado de jogos brasileiros. “Quando eles veem um jogo brasileiro e não compreendem a dinâmica, vi um jornalista fazendo isso, eles dizem que não vai indicar games nacionais porque eles ‘são ruins’. O que eu tenho a dizer: Amigo, ninguém está dizendo mandando você indicar jogo ruim. Tem muito jogo bom entre os brasileiros. Tem muita coisa incrível. A gente tem um potencial criativo absurdo quase sem financiamento. Ao olhar esse cenário, a gente vai percebendo que só tem um jogo de terror como Fobia por ano. Tem que ter mais jogos de terror. O grande problema é que o cenário de games é tão difícil que se perdem talentos no caminho. Quando sai um game como o Pousada, ele tem que dar conta de uma demanda que envolve frustração com jogos brasileiros”, diz Ana a partir do minuto 32:49.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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