Fundo investe R$ 2,5 milhões em empresa pernambucana de games educativos

Voltado ao empreendedorismo e inovação, investimento do Criatec II irá ajudar a Joy Street no aperfeiçoamento do processo de aprendizagem nas escolas. Em entrevista exclusiva, CEO da empresa fala do investimento, produção e mercado de games.

  • por em 29 de junho de 2015

A Joy Street, empresa pernambucana de soluções para a educação com jogos digitais acaba de fechar parceria para receber um aporte de R$ 2,5 milhões do Criatec II, o maior fundo de investimentos nacional aplicado ao empreendedorismo e inovação. A empresa, que acaba de completar cinco anos  instalada no Porto Digital, em Recife, vem desenvolvendo projetos digitais de aprendizagem acredita ter alcançado mais de 150 mil escolares e pretende avançar com nova produção.

Fred Vasconcelos, profissional que detém MBA em Marketing e Vendas pelo CEDEPE, com formação em Business Administration e Decision Information Science pela Santa Fe College, FL, atua como CEO da Joy Street S/A e concedeu uma rápida entrevista ao Drops de Jogos para falar sobre esse momento especial e as perspectivas para o futuro.

Drops de Jogos – A Joy Street está há 5 anos no mercado. A produção de games brasileira está encontrando seu caminho? 

Fred Vasconcelos – A Indústria Brasileira foi forjada, em minha opinião, pelas dificuldades que enfrentou e enfrenta com alguns dos principais segmentos de desenvolvimento de jogos no mundo. Em razão disso, alguns segmentos específicos vêm se sobressaindo nessa breve trajetória de mais ou menos 15 anos de vida formal enquanto indústria. Me parece que Advergaming e Serious games se consolidaram no país, bem como, muito mais recentemente, o segmento de desenvolvimento mobile. Mas é importante lembrar que lá no começo o sonho sempre foi grande – os massivos MMOGs e os chamados AAA’s para console eram o que movia o coração de muitos. Por essa razão, acredito que ainda teremos algumas surpresas nos próximos anos, com uma maior qualificação e representatividade de nossa indústria dentro e fora do país. Muitas outras vertentes se abrirão para o Brasil.

Drops de Jogos – O mercado de games parece mais estável e até crescente hoje. E os desenvolvedores nacionais, estão mais maduros? 

Fred Vasconcelos – Sem Dúvida nenhuma. Há claramente uma maior busca por qualificação específica e o próprio desenvolvimento não é mais guiado apenas por paixão. Somou-se agora à equação o lado profissional e econômico que ser parte de uma indústria realmente pede. Note que esse amadurecimento é naturalmente acompanhado pelo governo, com seu papel fomentador e pela academia, através das dezenas de cursos games que se proliferam pelo país. Além disso, várias associações fazem a representação da indústria retroalimentando o sistema. Tenho um excelente expectativa para a indústria nos próximos anos. 

Drops de Jogos – O Porto Digital promoveu a revolução pretendida na área do desenvolvimento digital quando idealizada em seu lançamento? Qual a sua avaliação?

Fred Vasconcelos – O Porto Digital surgiu com o intuito de desenvolver o setor de Tic em Pernambuco. Havia aqui uma evasão gigante de excelentes profissionais para fora do estado e do país, sendo portanto uma preocupação nossa de como dar motivação e segurança para esses profissionais de que poderiam ficar em Pernambuco. Nesse sentido, acredito que o Porto digital cumpriu e cumpre bem o seu papel. Já são 250 empresas situadas em uma ilha do bairro antigo do Recife, com mais de R$ 1 bilhão de faturamento combinado. São 8 mil profissionais empregados. Naturalmente, algumas vocações se sobressaltaram e Games é um desses expoentes por aqui.

Drops de Jogos – Como a Joy Street pretende investir esse dinheiro? Que projetos podemos esperar para a educação e para o mercado?

Fred Vasconcelos – Nesses cinco anos, a Joy Street se focou bastante na  idealização, desenvolvimento e e operação plataformas lúdicas de aprendizagem, que trazem dinâmicas de engajamento contínuo ao ambiente escolar. Acredito que o marco do investimento é um reconhecimento pelo esforço dedicado e os resultados obtidos. Já passaram em nossas plataformas mais de 150 mil crianças e jovens, 12 mil professores e quase 4 mil escolas no Brasil. No entanto, ainda é pouco. Queremos muito mais.
Agora, chegou o momento dessa escalada rumo à uma audiência diversificada e massiva, trazendo a inovação, o poder lúdico dos jogos e principalmente oportunidades diferenciadas de aprendizagem para todos os nossos usuários. Vocês podem esperar produtos renovados, mas acima de tudo, novos produtos focados no mercado B2C. Acreditamos que podemos ir além da escola e propiciando que o ato de aprender se estenda para qualquer lugar e possa unir pais e filhos nesse processo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Indústria
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