Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.
A entidade dos EUA CWA, responsável pela sindicalização de trabalhadores de games da Activision Blizzard, entre outras empresas, promoveu nesta quarta uma reunião online. O Drops de Jogos se cadastrou no evento.
O IGDA, entidade internacional que promove os indies, fez uma participação conjunta – a instituição é financiada, entre diferentes instituições, pela ESA americana, que fazia a E3. Já na ficha de cadastro, haviam perguntas sobre a sua experiência na cena internacional de videogames e se você foi vítima de um dos layoffs, as demissões em massa na indústria.
Kotaku estima que pelo menos 20 mil profissionais foram desligados da indústria de jogos entre 2023 e 2024, pós pandemia e com a Guerra da Ucrânia e o genocídio na Faixa de Gaza.
Alguns desenvolvedores indie brasileiros acompanharam as palestras que começaram entre 13h e 14h. Um deles é Pedro Giglio e o outro é Thiago Baptista, um dos profissionais que trabalhou em Deathbound.
“Basicamente a primeira metade do encontro foi a IGDA falando da pesquisa que eles fizeram com desenvolvedores sobre o estado da indústria”, disse Thiago a este Drops de Jogos.
A ideia do CWA é capacitar públicos de outros locais do mundo sobre a necessidade de sindicalização. Em comparação com os Estados Unidos, o Brasil possui sindicatos tradicionais como a CUT e outros, mas nenhum deles aborda games. Há trabalhadores sindicalizados em TI, mas muitas vezes eles não atendem às necessidades dos proletários com o avanço da terceirização e da uberização.
“Na segunda parte, tiveram duas mesas simultâneas acontecendo no Discord. Uma delas era com um representante daquele sindicato, basicamente dando uma oficina de como organizar um sindicato”.
E o Marco Legal dos Games?
Com Lula sancionando a lei 14852, o Marco Legal dos Games, a indústria de jogos brasileira agora é vista pelo governo e pelo judiciário como um ecossistema de entretenimento, educação e desenvolvimento de tecnologia de ponta.
Isso contribui para a formalização trabalhista e a necessidade de sindicalização, que devem ganhar força em 2025. Será o mesmo ano em que haverá um CNAE, uma designação para os trabalhadores desse setor – permitindo que eles tenham registro como MEI, por exemplo, próprio.
Você pode acessar o conteúdo desses debates neste cadastro.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.