Resenhas

Crash Bandicoot 4: It’s About Time, uma resenha. Por Pedro Zambarda

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos

Crash Bandicoot era o Super Mario da Sony. Quando conheci a franquia nos anos 90, ela de uma certa forma ajudava a simbolizar o que era o PlayStation, enquanto Mario 64 simbolizava a tentativa da Nintendo para mergulhar no universo 3D que seu concorrente fez muito bem.

O herói Crash era uma mistura de Indiana Jones, correndo de bolas gigantes, com o próprio Mario em três dimensões.

Crash Bandicoot 4: It’s About Time é o oitavo game da saga e o quarto numerado, depois de diversos revivals e promessas da publisher, a Activision. Foi desenvolvido pela Toys for Bob e chegou para o mercado no dia 2 de outubro. O Drops de Jogos recebeu uma cópia antes do lançamento e teve o privilégio de acompanhar o jogo.

O jogo traz a irmã de Crash, Coco, contra os vilões Doctor Neo Cortex e Doctor Nefarious Tropy, que querem escravizar o multiverso. A máscara do bem, Aku-Aku, está presente para te defender dos perigos nos cenários. Logo na abertura, você pode selecionar uma gameplay tradicional, baseada em vidas, ou a nova gameplay, que coloca o jogador mais em risco (mas tem infinitas formas de ressuscitar).

A meta é vencer os inimigos e os obstáculos e fazer o máximo de pontuação com a coleta de itens na tela – assim como nos jogos antigos.

Gráficos deslumbrantes

Crash 4 foi desenvolvido em Unreal Engine 4, da Epic, e é um deslumbre visual. Para um jogo que tem uma temática mais ingênua e que pode agradar até um público infantil, a resolução visual mostra que houve capricho do estúdio californiano que recuperou Spyro The Dragon e chegou a trabalhar com Tony Hawk.

O herói desliza em cipós, destrói nitros e enfrenta inimigos pequenos e gigantes com seus giros de marsupial.

E alguns inimigos exigem que você usa a cabeça para descobrir suas fraquezas na sua trajetória. Não basta pular em cima ou girar. Você terá que entender como as mecânicas funcionam e, claro, morrer algumas vezes se for navegante de primeira viagem.

E o jogo ainda faz uma homenagem ao ator Mel Winkler, que fez a voz original da máscara tribal Aku-Aku. Ele morreu neste ano de 2020 de causas desconhecidas.

Não é mais exclusivo de PlayStation

A Activision lançou Crash 4 não só no PS4, mas também no Xbox One. Mesmo assim, o jogo tem a cara dos clássicos do PlayStation.

Talvez seja um sinal desses novos tempos, que englobam o cross-plataform e a presença cada vez maior do PC no cenário competitivo dos consoles.

Não fazia sentido, em termos de mercado, um game focado no entretenimento puro e simples em uma única plataforma.

Gameplay truncada

Apesar da boa sensação de nostalgia, a jogabilidade de Crash 4 me pareceu truncada para esses tempos.

Ela não aproveita tanto a mecânica de pressão variada do controle do PS4 e, tirando as fases com puzzles Quantum (que exigiam ativar e desativar caixas azuis no multiverso), os desafios pareciam similares aos games antigos. Com pouca variação na gameplay, o jogo enjoa um pouco mais rápido do que eu esperava – sobretudo considerando os gráficos deslumbrantes.

Estragou um pouco o fator replay, que é o retorno para o jogo.

NOTAS

Gráficos: 9,5
Jogabilidade: 8
Som: 9
Replay: 8
Nota final: 8,62

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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