Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
O estúdio indie Nomada, de Barcelona, na Espanha, volta a renovar no quesito de jogo independente sensível e para prêmio. Neva, lançado com a publisher Devolver em 15 de outubro de 2024, é um tiro certeiro. Uma protagonista chamada Alba, de cabelos crespos e grisalhos, é guiada e guia um lobo-cachorro chamado Neva, que obedece atentamente seus comandos.
O jogo obviamente não é recomendado para você que tem dó de bichinhos de estimação se machucando, porque você irá às lágrimas logo nos primeiros segundos. E sacará de cara, sem uma narrativa explícita, que este é um jogo sobre ciclos.
A divisão das fases se dá em estações do ano, com diversos check points para percorrer. Alba e Neva precisam enfrentar criaturas da escuridão, Alba com sua espada que parece uma espada samurai e Neva com sua agressividade. E é complicado você lidar com sua lobinha nos primeiros momentos.
Por ser ainda filhote, ela vai se perder no caminho, vai ficar amedrontada e vai ser capturada por inimigos. Mas isso vai se reverter a medida que Neva cresce. E juntas, vocês resolveram puzzles para avançar no cenário.
Os inimigos são da escuridão, mas não se trata de opostos absolutos. Neva e Alba representam uma vegetação mais solar. Seus opositores são uma vegetação mais lunar.
Não é Gris, mas é algo entre Gris e Okami
Para quem não matou a charada: Nomada Studio é a empresa que criou Gris em 2018. E Gris é um jogo grandioso, musical e profundamente solitário. Você se perde na música.
Neva é uma experiência mais silenciosa, mas mais sonora. Você escuta seus passos e pode chamar Neva para perto de si. Pode ver a lobinha comendo algumas frutas na floresta.
E se frustra com perdas. E celebra cada um dos ganhos, tanto resolvendo quebra-cabeças quanto encarando combates ousados.
É um jogo que merece ser o Melhor Independente do The Game Awards de 2024, em que ele está indicado.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.