Este texto foi postado originalmente no dia 8 de outubro de 2021. Estamos abordando novamente Metal Gear Solid 2 porque ele completou duas décadas em 13 de novembro deste ano.
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Magnum opus é uma expressão do latim que significa “grande obra”, a obra mais popular e mais relevante de um ator. Metal Gear Solid 2 Sons of Liberty, que completará 20 anos em 13 de novembro deste ano, preenche esses requisitos na carreira de Hideo Kojima.
Desenvolvido no começo do século, após os seis milhões de vendas de Metal Gear Solid (1998), Sons of Liberty saiu poucos meses depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Embora tenha sofrido edições com a retirada de capítulos envolvendo as Torres Gêmeas, Kojima optou por manter sua crítica aos Estados Unidos e ao ocidente no enredo principal do jogo.
Avançado para o seu tempo, MGS2 subverteu o marketing investindo, pasmém, em fake news. O herói Solid Snake é vendido nas peças de propaganda como o grande protagonista do jogo.
O verdadeiro protagonista é um personagem Raiden que representa, isso mesmo, o próprio jogador de videogame. Treinado nas VR Missions, uma expansão do Metal Gear Solid original, o herói é parte de uma conspiração construída por uma entidade sem rosto chamada “The Patriots”.
E o vilão, Solidus Snake, era o presidente dos Estados Unidos e se desgarrou dessa superestrutura. Ele conspira ao lado de personagens conhecidos, como Revolver Ocelot (agora tomado pelo braço de Liquid Snake).
O jogo se desenvolve em dois capítulos – Tanker e Plant – e envolve temas que se propagam hoje, como o controle da internet e dos meios eletrônicos, a falsa sensação de liberdade e o militarismo que se desenvolve no mercado ilegal e privatizado.
É um game “cult” que, pasmém, foi o maior sucesso comercial do japonês Hideo Kojima.
Presente no mercado desde 1987, Kojima fez um milhão com seu primeiro Metal Gear e conquistou o ocidente, antes de se dedicar a adventures como Snatcher e Policenauts, jogos que foram mais restritos ao mercado japonês. Com Metal Gear Solid de 1998, o jogo superou produções de cinema, com dubladores originais e seis milhões de cópias vendidas.
Metal Gear Solid 2 foi o maior sucesso da vida de Kojima. Foram sete milhões de cópias, o que promoveu o designer de jogos a vice-presidente da Konami. E seria, em teoria, seu último MGS.
Isso forçou a produção de Metal Gear Solid 3 Snake Eater, que teve três milhões de cópias.
No final de sua carreira na Konami, Kojima ainda venderia mais seis milhões com Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, repetindo o sucesso de 1998.
Isso fora outros jogos da franquia Metal Gear que tiveram sua aprovação e Zone of Enders.
Motivo de um nick que uso no meu Twitter pessoal, Metal Gear Solid 2 é um jogo que mudou minha vida. Seja pelo entrelaçamento de temas políticos, geopolíticos e tecnológicos, seja por sua sequência final que ironiza a própria situação do jogador de videogame.
Em um diálogo com a IA do Coronel Campbell, Raiden recebe a mensagem de que deveria desligar o console.
Ele é sabotado em sua missão por um personagem que está presente na cena. E o diálogo, escrito com Kojima, conversa com a pessoa que está segurando o controle e não com o protagonista que está representado na tela.
Vale jogar e revisitar.
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