Setor de jogos diz que lobby do filho de Bolsonaro “não representa a indústria”

Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do presidente da República, quer entrar no mercado de videogames com apoio do governo. O estudante de Direito de 22 anos foi recebido recentemente pelo secretário especial de Cultura, Mario Frias, para tratar do “futuro dos eSport” no país em Brasília.

Jair Renan não tem qualquer experiência no ramo dos games que não seja a de jogador e foi criticado por especialistas do setor pelo óbvio conflito de interesses familiares, privados e públicos ao usar o governo do pai para se promover. O encontro entre Frias e Renan foi criticado pela imprensa especializada, incluindo este Drops de Jogos, e profissionais ligados ao ramo competitivo. O encontro entre o secretário e o filho do presidente sequer constava na agenda oficial.

Ao ser perguntada sobre o encontro, a Secretaria Especial da Cultura informou em nota que os eSports são um dos temas de interesse a serem trabalhados na gestão de Mário Frias para o desenvolvimento de políticas culturais no Brasil. Empresária do setor e professora no curso de jogos digitais em duas faculdades na região metropolitana de São Paulo, Érika Caramello vive de games há 14 anos e critica o fato de especialistas da área não terem sido chamados para a conversa que envolveu Jair Renan. “O que a gente lamenta nesse episódio, nessa questão do Renan, é que o governo federal, que tinha um dos motes dele de que seria um governo de especialistas, é chamar o próprio filho para falar no lugar de toda uma indústria, e ele não é um especialista nessa área, não tem vivência, a não ser como jogador. Dentro do cenário, o Renan não representa a indústria de games, a indústria é muito mais complexa”, disse.

Essas informações constam em uma reportagem de Fernando Caixeta no site Metrópoles, de Brasília.

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