Na última terça (26), sete pessoas que fazem parte dos protestos pelo fim dos contratos da Microsoft com Israel invadiram a sala de Brad Smith, presidente da Microsoft, na sede da empresa em Redmond. O ato foi transmitido ao vivo pelo grupo No Azure for Apartheid.
Durante o protesto, os sete membros presentes portavam bandeiras de apoio à causa Palestina, entoavam cânticos que diziam sobre como Smith estava apoiando um genocídio, e fizeram até mesmo uma encenação de um tribunal onde o executivo era condenado por “crimes contra a humanidade”. De acordo com a empresa, eles tiveram de ser retirados à força pela polícia após se recusarem a deixar a sala.
Em uma rápida coletiva de imprensa feita no fim do dia, a Microsoft confirmou que duas das sete pessoas que participaram do protesto eram funcionários atuais da empresa. Todos eles foram presos com acusações de invasão de propriedade privada e obstrução da justiça.
De acordo com reportagem feita pela The Verge, o protesto era composto por atuais funcionários da empresa e ex-funcionários da Microsoft que foram demitidos por serem ativos na defesa da causa Palestina.
A invasão da sala do presidente é uma nova escalada nos protestos pedindo o fim dos contratos da Microsoft com Israel. No dia 20 deste mês, um grupo havia invadido uma área externa da sede da empresa, criando uma “zona livre” a favor da Palestina.
Para Smith, a invasão de seu escritório não era necessária para “chamar a atenção da empresa para a causa” e que ações como essa “distraem as atenções dos diálogos reais que acontecem”. Apesar das palavras bonitas, a realidade é que a empresa tem sido conivente com o uso de violência contra esses protestos anti-Israel. Desde relatos de funcionários sendo silenciados por seus chefes e perdendo seus empregos por adotarem posições em favor da causa Palestina, como recentemente militarizando a segurança de seu campus para atacar, prender a expulsar as pessoas que estavam ali protestando. E, de acordo com relatos, sabendo muito bem que essas táticas estavam sendo usadas também contra funcionários da empresa.
A tática de invasão de salas imita algo utilizada ano passado em protestos contra o Google, que também envolviam contratos da empresa para o fornecimento de tecnologia de nuvem para o exército de Israel no chamado “Projeto Nimbus”.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

