O que os games têm a ensinar para as empresas? Por Thaís Chioqueti, colunista do Drops de Jogos - Drops de Jogos

O que os games têm a ensinar para as empresas? Por Thaís Chioqueti, colunista do Drops de Jogos

Cada vez mais as empresas encontram dificuldades para incentivar e engajar seus funcionários. Acostumadas com o método fordista de produção industrial, elas estão vendo seus bons funcionários escaparem pelas mãos. Convenhamos, o que a geração dos games vai encontrar de tão atrativo numa jornada de trabalho tradicional?

Foto: Arquivo Pessoal

Recentemente visitei o Google no Vale do Silício, Califórnia, e logo na entrada pude ver a preocupação em agradar os funcionários: Bicicletas, quadras, hidro, aulas, refeitórios e muitas atrações. O que faz o Google querer “segurar” seus funcionários? 

Eles escolhem a dedo os profissionais e os bons desta geração não se enquadram no padrão oferecido até então. Eles não viram guerra, não passaram fome, tiveram opções de escolhas e querem continuar escolhendo. Dinheiro não é mais atrativo. Eles querem trabalhar por uma causa e essa causa precisa fazer sentido.

Os jogos podem nos ajudar a entender e incentivar a atual geração. Como podemos verificar isso?

Criando uma causa

Todo jogo tem uma causa (boa ou não) e a causa faz com que os jogadores se identifiquem com o propósito e exerçam o movimento da cooperação. 

Lembro quando comecei o jogo Heavy Rain e o objetivo do game era encontrar o filho perdido. A causa me levou jogar dois dias seguidos e não me cansei até terminar.

Empresas precisam descobrir como elas podem cooperar para construir um mundo melhor ou como podem diminuir e compensar os danos causados pela própria atuação profissional.

Lembro de um treinamento que fiz para os funcionários da empresa Celulose Irani e esperava ouvir dos funcionários críticas sobre a atuação da empresa. Quando perguntei sobre motivações, todos foram unanimes ao elogiar o compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente e muitos tinham na ponta da língua os prêmios que a empresa ganhou neste assunto – a causa dela os motivava.

Gerando diversão

Quem disse que trabalho precisa ser chato? Por que separar tão facilmente os momentos de prazeres do trabalho?

A geração gamer quer ganhar dinheiro se divertindo e isso é sim possível. A empresa pode incentivar a diversão e fazer dela um atrativo. Mas nada disso é possível sem a criação de um ambiente que nos desafie como profissionais.

Incentivando a resolução de problemas

A diversão vem em superar obstáculos, ganhando deles ou não. Por isso, resolver o problemas pode ser muito divertido e as empresas podem emponderar seus funcionários a empreender bem em suas próprias atividades. 

Os jogos tem muito a nos ensinar, tanto que nunca ouvimos tanto falar em gamificação como incentivo para funcionários, assunto de um próximo texto. Espero que as novas empresas ajudem a formar pessoas que trabalhem melhor, permitindo a elas se divertirem fazendo isso.

Thaís Chioqueti é colunista do site Drops de Jogos no espaço Gamificando Empresas, com textos quinzenais sobre comportamento nas corporações e sua relação com os videogames. Formada em psicologia, ela ama trabalhar no desenvolvimento de pessoas e de projetos. Atualmente está viajando por São Francisco, nos Estados Unidos, e já conheceu sedes de empresas como o Google.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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