Recentemente visitei o Google no Vale do Silício, Califórnia, e logo na entrada pude ver a preocupação em agradar os funcionários: Bicicletas, quadras, hidro, aulas, refeitórios e muitas atrações. O que faz o Google querer “segurar” seus funcionários?
Eles escolhem a dedo os profissionais e os bons desta geração não se enquadram no padrão oferecido até então. Eles não viram guerra, não passaram fome, tiveram opções de escolhas e querem continuar escolhendo. Dinheiro não é mais atrativo. Eles querem trabalhar por uma causa e essa causa precisa fazer sentido.
Os jogos podem nos ajudar a entender e incentivar a atual geração. Como podemos verificar isso?
Criando uma causa
Todo jogo tem uma causa (boa ou não) e a causa faz com que os jogadores se identifiquem com o propósito e exerçam o movimento da cooperação.
Lembro quando comecei o jogo Heavy Rain e o objetivo do game era encontrar o filho perdido. A causa me levou jogar dois dias seguidos e não me cansei até terminar.
Empresas precisam descobrir como elas podem cooperar para construir um mundo melhor ou como podem diminuir e compensar os danos causados pela própria atuação profissional.
Lembro de um treinamento que fiz para os funcionários da empresa Celulose Irani e esperava ouvir dos funcionários críticas sobre a atuação da empresa. Quando perguntei sobre motivações, todos foram unanimes ao elogiar o compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente e muitos tinham na ponta da língua os prêmios que a empresa ganhou neste assunto – a causa dela os motivava.
Gerando diversão
Quem disse que trabalho precisa ser chato? Por que separar tão facilmente os momentos de prazeres do trabalho?
A geração gamer quer ganhar dinheiro se divertindo e isso é sim possível. A empresa pode incentivar a diversão e fazer dela um atrativo. Mas nada disso é possível sem a criação de um ambiente que nos desafie como profissionais.
Incentivando a resolução de problemas
A diversão vem em superar obstáculos, ganhando deles ou não. Por isso, resolver o problemas pode ser muito divertido e as empresas podem emponderar seus funcionários a empreender bem em suas próprias atividades.
Os jogos tem muito a nos ensinar, tanto que nunca ouvimos tanto falar em gamificação como incentivo para funcionários, assunto de um próximo texto. Espero que as novas empresas ajudem a formar pessoas que trabalhem melhor, permitindo a elas se divertirem fazendo isso.
Thaís Chioqueti é colunista do site Drops de Jogos no espaço Gamificando Empresas, com textos quinzenais sobre comportamento nas corporações e sua relação com os videogames. Formada em psicologia, ela ama trabalhar no desenvolvimento de pessoas e de projetos. Atualmente está viajando por São Francisco, nos Estados Unidos, e já conheceu sedes de empresas como o Google.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.