O Drops de Jogos foi autorizado pela Cristiane Jade, produtora de games há cerca de quatro anos, a republicar seu texto no Medium com o título “Influência do feminino no cenário brasileiro de games — 10 pessoas da indústria que geram conteúdo técnico para você acompanhar”. Acesse o link da publicação original aqui.
Reproduzimos abaixo.
Algo que representa muito pro mundo e pra cada uma de nós que busca conteúdos acessíveis no nosso idioma.
Preparei uma lista de pessoas que se identificam com o feminino e que geram conteúdo para potencializar a pesquisa, o aprendizado e a acessibilidade para o setor de desenvolvimento de jogos no Brasil.
E já vou te dizendo, saber a trajetória de carreira de cada uma dessas profissionais da indústria é muito inspirador, muitas delas iniciaram seus estudos e carreira em setores que nem de perto se aproximam a jogos digitais, esse histórico de carreira, na minha opinião, agrega muito valor e diversidade intelectual ao setor.
São pessoas que ajudam outras pessoas, trazendo conhecimento, liderança e inspiração.
Sendo elas Cecilia Souza Santos (cecihoney), Belle Utsch, Cynthya Rodrigues, Dani Serranú, Érika Caramello, Flavia Gasi, Julia Stateri, Jessyka Maia de Souza (Suuhgetsu), Maíra Testa e Thais Weller.
1 – God of War Ragnarök: entre deuses e monstros. Uma resenha
2 – Opinião: Por que Punhos de Repúdio foi o game brasileiro que simboliza 2022 para mim?
Antes de abordar cada uma dessas potentes e inspiradoras profissionais, preciso falar sobre assuntos relacionados ao Dia Internacional da Mulher/Mês da Mulher. Enfatizo que essa é a minha opinião.
Muitas vezes me pergunto como uma data que foi tão difícil de conquistar se transformou em uma caixa de chocolates e flores. Embora essa data seja um momento para reconhecer as barreiras e desafios que as mulheres enfrentam na vida, e fazendo um recorte especifico devido a minha área técnica: na indústria de jogos e no desenvolvimento de jogos, presentes e flores não são suficientes para apoiar a equidade de gênero. É preciso adotar práticas concretas para fazer a diferença.
Devemos lembrar que as conquistas históricas e mundiais que possibilitaram a celebração do Dia Internacional da Mulher foram alcançadas graças ao trabalho árduo e à luta incansável de mulheres de diferentes identidades de gênero, raças, etnias e orientações sexuais. Hoje em dia, a luta pela igualdade de direitos e oportunidades para todas as pessoas, independentemente do seu gênero ou orientação sexual, é fundamental. É crucial haver uma conscientização sobre a importância de promover a inclusão e a diversidade em todas as áreas, incluindo a cultura, a política e os negócios.
Embora reconheçamos a história e a importância do Dia Internacional da Mulher, devemos também reconhecer a necessidade de ir além do binarismo de gênero e das lutas feministas tradicionais para garantir a igualdade e a inclusão de todas as pessoas. Se você trabalha no setor de jogos, existem muitas maneiras de empoderar as mulheres, emponderar pessoas! Comece indicando quem se enquadra nesse perfil para vagas e dando-lhes a oportunidade de mostrar suas habilidades e contribuir para o sucesso do seu time. Dê crédito ao trabalho de pessoas que são minorias sociais em sua equipe, promovendo sua inclusão em todos os times e em cargos de liderança. Defenda a equidade salarial e compartilhe informações sobre salários para identificar e corrigir a desigualdade salarial.
A empatia é uma qualidade essencial para a equidade de gênero escassa no mercado de jogos. Para criar jogos verdadeiramente inclusivos, é preciso entender as perspectivas e necessidades de todas as pessoas envolvidas. Por fim, devemos perseverar e manter a positividade, lembrando que existem muitas pessoas incríveis que tornam as batalhas um pouco mais fáceis. Comprometa-se a fazer a diferença em sua empresa e comunidade, trabalhando em conjunto para alcançar a igualdade de gênero no mundo dos jogos durante o Mês Internacional da Mulher.
Cecilia é uma pessoa trans, autista e albina, que tem grande interesse pela representatividade. Desde muito nova, ela se dedicou ao estudo e à técnica do desenho, focando sempre em aprimorar suas habilidades. Cecilia começou a trabalhar com pixelart no início dos anos 90, em uma época em que não havia cursos nem internet disponível. Ela gosta de compartilhar o que aprendeu e desenvolveu ao longo de sua carreira artística. Para Cecilia, a arte é uma forma de contar histórias e mostrar mundos que vão além do que os olhos podem ver.
Ela fornece workshops de pixel arte em seu canal do youtube:
Belle é uma mulher com baixa visão que utiliza uma lupa de cabeça para explorar o mundo dos jogos e lutar por uma sociedade mais inclusiva para pessoas com deficiência. Ela trabalha como pesquisadora em experiência de usuário (UX) em acessibilidade, com foco em acessibilidade digital e jogos.
Seus interesses e expertise a levaram a se dedicar a disseminar conhecimento sobre acessibilidade e tornar o mundo mais inclusivo para todos. Belle incentiva seus seguidores nas redes sociais a acompanharem seus conteúdos, onde encontrarão muitas informações valiosas sobre o tema. Com sua atuação, Belle espera fazer a diferença e construir um mundo mais acessível e inclusivo para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades.
Medium:
Com quase uma década de experiência em publicidade e 30 anos de vivência no mundo dos jogos (desde que nasceu), a Cynthia trabalhou em cargos estratégicos de empresas multinacionais focadas em mídia no Brasil e na Argentina. Atualmente, ela é sócia da G4B (lê-se “GAB”), um hub que tem como objetivo unir anunciantes a oportunidades de negócios nos jogos por meio de equipes de Esports, influenciadores ou publishers. Além disso, a pessoa ministra aulas sobre game business e faz parte do time de creators no Linkedin.
Sound designer e compositora de músicas para videogames.
Possui um canal no youtube no qual fornece Workshops mágicos para area de Game Audio:
Em seu blog, compartilha suas vivencias com a área de Game Audio.
www.daniserranu.com
Fundadora e CEO da Dyxel Gaming. Professora de Pós-Graduação na Faculdade Cásper Líbero. Professora doutora concursada na Faculdade de Tecnologia (Fatec) do Centro Paula Souza (CPS). Conselheira no Comitê da Diversidade da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames). Revisora técnica da Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2022. Cofundadora do comitê, editora e signatária da cartilha e responsável pelo jogo Lula Play, a convite do Instituto Lula nas eleições presidenciais de 2022.
Movimentações que ela esteve presente são diversas, listo aqui algumas delas:
Possui mais de 20 anos de experiência em jornalismo e comunicação no mercado gamer e de cultura pop como escritora e editora, tradutora. Sua tese de doutorado se tornou o livro Videogames e Mitologia. Como jornalista, apresentou o quadro “Planeta Games” na Rede TV e um quadro semanal sobre games no programa “Scrap MTV”. Foi editora de games e repórter do Portal MTV, editora da Revista Oficial do XBox no Brasil, e redatora do site Omelete, Uol TAB, entre outros. Fornece cursos e workshops pessoas interessadas em aprender sobre narrativa, Imaginário e mercado de games.
Atua na area de jogos há 20 anos, é doutora em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNICAMP, mestra em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e bacharel em Design Gráfico pela Faculdade de Comunicação e Artes do Senac de São Paulo, foi coordenadora dos cursos de pós-graduação em Design Gráfico e em Marketing Digital e E-Commerce do Senac de Campinas e atualmente trabalha como professora orientadora no Inteli — Instituto de Tecnologia e Liderança. Fundadora da Oficina Lúdica também. A produtora completará 14 anos em abril! =)
Desenvolveu o curso “A complexidade sensível” que é direcionado a interessados em atuar como desenvolvedores, pesquisadores e docentes na área do jogos, tendo como foco o entendimento destes como partes integrantes da cultura contemporânea e do cenário artístico atual.
Seu pós-doc foi “Apropriar para democratizar: usando os princípios do design na criação de videogames narrativos anti-opressão” pelo programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC de São Paulo.
Jessyka, tambem conhecida como Suuhgetsu é pós graduanda em Investigação Forense e Perícia Criminal e Direito Penal — UNIASSELVI. Bacharel em Direito — Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Graduanda em Letras Libras — Bacharelado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Curso de Formação de Guia interprete de Libras, Tadoma, Fala ampliada pela Associação Educacional para Múltipla Deficiência (AHIMSA). Curso de Legendista e audiodescrição. Editora Bilíngue. Legendista bilíngue. Experiência de interpretação em Libras em diversas esferas, especialização na área jurídica, acessibilidade e esports.
Conteúdos de inclusão de libras, CEO de Libras nos Esports e Coordenadora de Libras do CBLOL. Seu material é possivél encontrar em seu instagram:
https://www.instagram.com/suuhgetsu/
Formada em Produção de Áudio e Vídeo — 2011, notou que fazer filmes não era o caminho de carreira que iria seguir — game design despertou interesse muito antes de se formar.
Após os primeiros anos criando jogos, atuando como Game Designer, decidiu desbravar a area de design narrativo.
Ao longo dessa década, tive o prazer de trabalhar com jogos de todos os tamanhos e formatos. Escrever, projetar, experimentar. Atualmente mora em Estocolmo, Suécia, desenhando narrativas para jogos mobile.
Em seu medium, ela fala sobre histórias da vida e histórias informais dos fracassos da indústria de jogos no Brasil de acordo com sua perpectiva.
Medium:
Já fez pouco de quase tudo relacionado a fazer jogos. Sendo alguns dele projetos corporativos móveis e sociais, jogos de plataforma indie e até escreveu uma dissertação sobre videogames. Um dos seus jogos mais conhecidos é o Blazing Chrome.
Escreveu os seguintes livros:
Por tempo inderteminado está fornecedo o material gratuitamente, basta acessaresse link.
Durante o desenvolvimento dessa lista, por incrível que pareça, foi difícil catalogar pessoas que geram conteúdos públicos e privados com sua própria autoria, o que quero dizer é: dentro do meu networking foi difícil achar artigos, livros, podcasts, workshops criados por pessoas fundamentais para a indústria de games com a proposta de ensinar, engajar e transbordar assuntos técnicos para cada setor em jogos que se identificassem com o feminino e não-binário.
Se você conhece alguém que deveria estar nessa lista e não foi mencionada, comenta aqui!
Adoraria encontrar materiais (livros, podcasts, artigos, workshops, pesquisas) da área de programação, tech artist e animação para games que tivessem mãozinhas femininas e não-binárias. Se você conhece, me recomenda!
Vengeful Guardian Moonrider, uma resenha por Pedro e Paulo Zambarda
Opinião: Por que Elden Ring foi o game que simboliza 2022 para mim?
Motorola Moto G62, uma resenha. Por Pedro Zambarda
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