A ministra do Esporte do governo Lula, Ana Moser, considera que esportes eletrônicos nos videogames [eSports] não são esportes e, por isso, não investirá neste segmento. A ex-jogadora de vôlei comparou o treino de atletas de eSports ao da cantora Ivete Sangalo e declarou que os esportes eletrônicos fazem parte da indústria do entretenimento como música.
“A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu. ‘Ah, mas o pessoal treina para fazer’. Treina, assim como o artista. Eu falei esses dias, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, ela não é aberta, como o esporte”, afirmou Ana Moser ao portal UOL.
Ana disse que não haverá investimento do Ministério do Esporte nos eSports e lembrou que a ONG “Atletas pelo Brasil” atuou para que a Lei Geral do Esporte, cuja proposta está em tramitação no Senado, não deixasse o conceito de esporte tão amplo a ponto de poder incluir eSports.
1 – God of War Ragnarök: entre deuses e monstros. Uma resenha
2 – FIFA 23, o último de seu nome, uma resenha. Por Pedro Zambarda
A cartilha Lula Play, entregue ao presidente em agosto de 2022 e elaborada por um grupo de 30 profissionais do setor de jogos eletrônicos, diz o contrário. Não tem força de Projeto de Lei, mas é uma cartilha de princípios para pensar políticas públicas e foi divulgada na campanha de Lula para ser eleito em seu terceiro mandato.
Diz o texto, no eixo de Formação e Emprego:
“Reformular a formação profissional para a geração de empregos no setor: inclusão de games, tecnologia e inovação na matriz dos ensinos Fundamental e Médio, incentivos para a formação de atletas de eSports e carreiras correlatas, e revisão dos currículos dos cursos técnicos e de Ensino Superior em games”.
Na parte de Inclusão e Diversidade, a área dentro do setor de games volta a ser mencionada:
“Criar um comitê de ética e direitos humanos para monitorar, prevenir e denunciar casos de violência, assédio e discriminação de qualquer tipo dentro do eSports e da indústria de jogos”.
E o assunto também se soma no eixo de Educação:
“Desenvolver, no Ensino Superior, um sistema de bolsas para atletas de eSports e de profissionais de jogos eletrônicos, vinculadas com os Ministérios dos Esportes e da Educação, assim como de outras pastas governamentais”.
O tema de eSports é sujeito a discussões, pode não ser política pública necessariamente na área do ministério do Esporte, mas cada vez é reconhecido internacionalmente como uma modalidade esportiva. Você pode ler o documento, na íntegra, aqui.
Transparência: O Drops de Jogos assinou e ajudou a elaborar a cartilha Lula Play. Você pode saber mais detalhes aqui.
Primeiras impressões: Jogo brasileiro Camp Wars. Por Pedro Zambarda
Testamos o SpatialLabs View, o “VR sem óculos” da Acer. Por Pedro Zambarda
Edição de 40 anos da revista Micro Sistemas explora sua própria história e futuro
Veja os vídeos da semana acima.
Conheça mais sobre o trabalho do Drops de Jogos acima.
Veja mais sobre a Geek Conteúdo, a produtora da Rádio Geek, parceira do Drops de Jogos.
Da CTRL ALT para o norte do Brasil
Ótimos títulos
Jogo contra a devastação
Spider-Man não ficou legal da cabeça longe de Gwen Stacy!
Jovem com muito potencial
Um jogo sobre os rios da Amazônia feito por quem mora lá
Ver Comentários
Acho que precisamos, com quem é do ramo democrático, abrir um espaço de conversa com essa ministra, no mínimo cobrando maior comprometimento com a cartilha do Lula Play.
Já está na hora de começar a tratar jogos competitivos como coisa séria e não só como entretenimento.