O novo ministro do Esporte, André Fufuca (PP), anunciou, em entrevista ao Globo Esporte, que sua pasta terá uma diretoria ligada aos eSports. A opinião do político diverge da sua antecessora no cargo, Ana Moser, que afirmou que os jogos de videogame disputados competitivamente não são um esporte.
“Tenho uma visão um pouco diferenciada em relação a esse assunto. A gente considera, sim, os esports como um esporte. A gente vê a capacidade e amplitude que ele tem. Você pode ver a quantidade de torneios que tem em território nacional. É impossível fechar os olhos em relação a essa temática e nós iremos, sim, tratar como esportes, como eu acho que deva ser”.
De acordo com o jornal Valor Econômico, André Fufuca também quer ter controle na arrecadação nova das apostas esportivas. Reportagem de Fabio Murakawa, Andrea Jubé e Renan Truffi aponta que Ministério da Fazenda, de Haddad, e Planalto resistem a essa investida.
No começo do governo Lula, a fala de Ana Moser repercutiu mal entre a comunidade dos eSports, que têm visão divergente da apresentada pela ex-ministra e consideram que a modalidade é, sim, um esporte.
A então ministra também rebateu críticas vindas das redes sociais sobre o assunto e explicou que o assunto deveria ser tema de assuntos “intersetoriais”, não ficando sob a responsabilidade de apenas um dos ministérios. Ela disse, em uma live em 27 de janeiro, que leu a cartilha Lula Play, de políticas públicas para games entregue ao presidente nas eleições de 2022.
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Escândalo de Fufuca
Historicamente, Fufuca é ligado ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que arquitetou o impeachment sem crime de responsabilidade da ex-presidente da República Dilma Rousseff. Chamava Cunha de “papi” nos corredores do Congresso, apelido que ele nega em declarações públicas. Hoje, Fufuca está com Arthur Lira, o atual presidente da Câmara, nome forte do Partido Progressistas, o PP, do Centrão, que acumula acusações de corrupção.
Em 2016, recém-chegado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Fufuca pagou R$ 92 mil a uma empresa ligada à publicitária Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, filha do deputado Eduardo Cunha (MDB), entre abril de 2015 e março de 2016. Fufuca votou contra o parecer sobre o processo que apura se Cunha quebrou decoro parlamentar ao dizer que não tinha contas no exterior.
As informações daquela época são do repórter Leandro Prazeres do UOL.
Hoje Danielle Cunha é deputada federal, sucessora do pai Eduardo Cunha, que não pode concorrer às eleições após sua prisão na Lava Jato. Já Fufuca, amigo de ambos, é ministro de Lula.
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