A ministra do Esporte do governo Lula, Ana Moser, parece ter recuado na declaração que fez ao portal UOL em 10 de janeiro. Nesta sexta (27), ela deu uma coletiva ao Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, reunindo veículos de esquerda como DCM, Brasil 247, Jornal Empoderado, Revista Fórum, jornal GGN e Carta Capital.
Fernando Drummond, representando o DCM, fez a seguinte pergunta:
“Queria sugerir uma cartilha que foi entregue ao presidente chamada Lula Play, que fosse lida nessa questão dos eSports serem ou não esportes. Minha segunda pergunta é sobre os esportes paralímpicos, o que podemos fazer neles, lembrando dos dados e as colocações do Brasil. Nosso país é uma potência.
Por fim, queria perguntar: Ministra, há muitos escândalos e eu sei que o ministério não tem como intervir em nenhuma dessas confederações esportivas. O que a gente pode esperar do governo Lula em escândalos de doping, assédio inclusive sexual, assédio moral. Como vai se portar a ministra Ana Moser, sabendo que não poderá intervir?”.
Ana Moser respondeu:
“Fernando, obrigado pelas perguntas. Eu conheço a cartilha [Lula Play] de games. Acredito que há propostas intersetoriais, como está claro na cartilha, e a gente quer avançar nas conversas internamente.
E sobre o futebol, a CBF, privada e independente, o ministério e o governo devem buscar cumprir a lei. Essa é uma das prerrogativas do governo. E, quanto ao desempenho de atletas, precisamos de planos e metas de cumprimentos dentro dos esportes”.
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Ana Moser diz que leu a cartilha Lula Play e fala de avançar a discussão de games no governo Lula. Foto: Reprodução/YouTube
A ministra disse no começo do mês que considera que esportes eletrônicos nos videogames [eSports] não são esportes e que, por isso, não investirá neste segmento.
A ex-jogadora de vôlei comparou o treino de atletas de eSports ao da cantora Ivete Sangalo e declarou que os esportes eletrônicos fazem parte da indústria do entretenimento como música. A fala dela vai na contramão da cartilha, que afirma que os games são enquadrados sim como cultura e entretenimento, mas lembra de envolver o setor esportivo na formação de atletas e não no fomento de empresas bilionárias.
A coletiva pode ser vista abaixo. A pergunta de Fernando é no minuto 34.
Transparência: O Drops de Jogos assinou e ajudou a elaborar a cartilha Lula Play. Você pode saber mais detalhes aqui.
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