Opinião – Decisão da EA de remover Rússia do Fifa parece um erro. Por Pedro Zambarda

Uma análise sobre essa decisão com evidentes interesses de marketing

Mbappé no 'Fifa 22'

Mbappé no 'Fifa 22' — Foto: Divulgação

Empresa da grande indústria de games quer se posicionar contra as atitudes da Rússia na Guerra da Ucrânia, mas parece fomentar preconceito contra a população russa.

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.

A Electronic Arts (EA), gigante da indústria de jogos, anunciou que vai remover os times russos e a seleção da Rússia dos games de futebol Fifa 22, Fifa mobile (para celulares) e Fifa online. A decisão também afeta NHL 22 e a seleção da Bielorrússia.

No comunicado oficial, eles afirmam o seguinte: “A EA Sports presta solidariedade com o povo ucraniano e com outras tantas vozes do mundo do futebol e pede paz e o fim da invasão na Ucrânia”.

A solidariedade contra agressões de guerra, para além do marketing nas redes sociais, parece fomentar preconceito contra a população da Rússia e os russos. A crítica contra o governo de Vladimir Putin, que merece críticas, está indo além e mergulhando no preconceito puro e simples.

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Vamos manifestar solidariedade com vítimas de guerra segregando uma população que ocupa um país com dimensões continentais?

O que a Electronic Arts quis com essa atitude? Enquadrar a população russa no mesmo pensamento do seu governante? A EA, que é uma empresa da Califórnia, nos Estados Unidos, está fomentando russofobia?

É isso?

A indústria de games deve falar sobre política. Mas fomentar preconceitos entra em outro campo. Me parece claro que essa ação de marketing foi além da conta. Às vezes, o silêncio e a manifestação mais honesta de solidariedade são mais certeiras num momento de guerra.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Haroldo

Parabéns pela matéria e pelo posicionamento. Levar a política para os games é terrível, o que está acontecendo é uma verdadeira guerra corporativa onde várias empresas estão criando um ambiente virtual de hostilidades contra uma população. Se como consumidores nos tornamos reféns das produtoras, imagine o consumidor na Rússia que comprou esse jogo, que não tem nada com a guerra e está impedido de jogar por picuinha da EA. Os jogos são pra fugir do mundo real! Acredito que seria mais interessante se em vez dessa palhaçada enviassem uma mensagem de paz para os consumidores em regiões de guerra.