Indústria

Órgão regulador do Reino Unido mantém aquisição da Activision Blizzard pela Xbox barrada

Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) defendeu sua decisão de bloquear a fusão da Microsoft com a Activision Blizzard, após sua aprovação pela Comissão Europeia. “As autoridades de concorrência do Reino Unido, EUA e Europa são unânimes de que esta fusão prejudicaria a concorrência nos jogos na nuvem”, tuitou o CMA.

Postou logo após a decisão da Comissão Europeia. “A CMA concluiu que os jogos na nuvem precisam continuar como um mercado livre e competitivo para impulsionar a inovação e a escolha neste setor em rápida evolução”. No início deste mês, a CMA divulgou que estava se movendo para bloquear a fusão de US$ 69 bilhões no Reino Unido.

Uma das principais preocupações da autoridade sendo o impacto de longo prazo que o acordo teria no futuro dos jogos na nuvem

Embora a Comissão Europeia (CE) inicialmente compartilhasse algumas das preocupações da CMA, as soluções propostas pela Microsoft foram aparentemente suficientes para “resolver totalmente” os temores da instituição, com o órgão regulador concluindo que o acordo realmente traria uma “melhoria significativa” para o mercado de jogos na nuvem.

Segundo o estabelecido em uma declaração do vice-presidente e presidente da Microsoft, Brad Smith, essas soluções exigirão que a Microsoft licencie jogos populares da Activision Blizzard “automaticamente para serviços concorrentes de jogos na nuvem”.

Em outras palavras, o Xbox não teria permissão para manter títulos como Call of Duty e World of Warcraft como ofertas exclusivas para seu Game Pass Ultimate e Xbox Cloud Gaming Platform, pelo menos pelos próximos 10 anos.

No entanto, as tentativas da Microsoft aparentemente não fizeram nada para mudar a posição da CMA . “As propostas da Microsoft, aceitas pela Comissão Européia hoje permitiriam que a Microsoft estabelecesse os termos e condições para este mercado nos próximos 10 anos”, continuou no Twitter.

“Eles substituiriam um mercado livre, aberto e competitivo por um sujeito à regulamentação contínua dos jogos que a Microsoft vende, das plataformas para as quais os vende e das condições de venda”.

Órgão regulador do Reino Unido concluiu que “mantém sua decisão”, embora reconhecendo que a Comissão Europeia tinha “o direito de ter uma visão diferente”.

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Activision Blizzard e Xbox. Foto: Reprodução/O Vício

“Pretendemos expandir significativamente nosso investimento e força de trabalho em toda a UE e estamos entusiasmados com os benefícios que nossa transação traz para jogadores na Europa e em todo o mundo”, comentou o CEO da Activision, Bobby Kotick, após a decisão da Comissão Europeia.

“A maioria dos gamers do mundo joga em celulares. A Europa desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de jogos, especialmente os mobiles, e esperamos que os desenvolvedores de jogos europeus continuem a impulsionar o crescimento e a inovação”.

Microsoft está planejando recorrer para o Tribunal de Apelações de Concorrência do Reino Unido para determinar se a autoridade agiu “dentro dos limites de seu próprio critério ao chegar a sua decisão final”.

Especialistas jurídicos alertam que não é comum que as decisões do CMA sejam anuladas, mas também não é inédito. Com informações do IGN Brasil.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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