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EXCLUSIVO: “Não posso dizer se Die-Hardman volta em Death Stranding 2”, diz ator do personagem ao Drops de Jogos

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.

Com 57 anos, o ator Tommie Earl Jenkins nasceu em Ohio, nos Estados Unidos. Ele está atuando, de seu trabalho como performer até os games, desde 1979. Casado com o ator Jye Frasca, ele é homossexual e militante antirracista e pró-LGBTQIAP+. Formou-se como bailarino clássico e viveu 20 anos no Reino Unido.

De volta aos EUA em 2014, Tommie começou a se dedicar aos videogames e também para produções de streaming. Esteve em Pillars of Eternity, Fallout 76 e outras produções.

Seu ápice veio em 2019 com Death Stranding, o primeiro game autoral do ícone Hideo Kojima após sua saída da Konami e o fim da franquia Metal Gear. Tommie interpretou o político e militar Die-Hardman, utilizando inclusive captura de movimentos faciais no personagem digital.

Em Gothan Knights, game de 2022, ele interpreta Jacob Kane. E também é Phantasmaraneae em Bayonetta 3.

Ele também interpreta o prefeito Noble Walker na série Wednesday (Wandinha) na Netflix.

Após ter começado a me seguir no Twitter há alguns meses, Tommie Earl Jenkins concordou em me conceder uma entrevista exclusiva ao Drops de Jogos. Tommie não confirma e nem desmente, mas gostaria muito que seu personagem Die-Hardman voltasse em Death Stranding 2.

Contou também como é trabalhar com Kojima, Mads Mikkelsen e Norman Reedus.

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Tommie Earl Jenkins como Die-Hardman. Foto: Reprodução/Instagram

Drops de Jogos: É possível dizer se o personagem Die-Hardman estará de volta em Death Stranding 2?

Tommie Earl Jenkins: Infelizmente não posso dizer se Die-Hardman estará de volta no DS2. Porque eu não sei. Amo o personagem e amo interpretá-lo. Eu adoraria qualquer oportunidade para ele voltar, mas teremos que esperar para ver.

DJ: Como foi trabalhar com Hideo Kojima?

TEJ: Trabalhar com ele foi uma experiência incrível. Kojima é muito prático em seus projetos e é muito fácil de trabalhar. Eu gosto da maneira colaborativa como ele trabalha com seus atores.

Hideo Kojima e Tommie Earl Jenkins. Foto: Reprodução/Instagram

DJ: Kojima deu alguma dica para que você interpretasse o seu personagem?

TEJ: Nenhuma dica em si, mas ele me deu a história do personagem e qual era sua motivação dentro da história. Foi um grande desafio trazê-lo à vida.

Tommie Earl Jenkins com Norman Reedus, Mads Mikkelsen e Hideo Kojima. Foto: Reprodução/Instagram

DJ: Você jogou a série Metal Gear antes desse trabalho com Kojima no DS?

TEJ: Não tinha jogado nenhum dos jogos do Metal Gear ou nenhum jogo dele. Death Stranding foi minha primeira conexão com Kojima-san.

DJ: Você trabalhou no jogo Gothan Knights e na série da Netflix Wednesday (Wandinha no Brasil), como o prefeito Noble Walker. O que você mais gosta: trabalhar com videogames, Netflix ou filmes?

TEJ: Adoro trabalhar com videogames e já fiz alguns deles. Nem sempre estou fazendo captura de movimento, mas fiz muito trabalho de locução para jogos. Acho que, como ator, é bastante desafiador fazer locução em jogos, especialmente se você estiver fazendo MOCAP (captura de movimentos), pois realmente precisa se colocar no ambiente ou situação desse projeto.

Em alguns casos, você precisa se aprofundar um pouco mais na interpretação porque não pode se dar ao luxo de ter cenários ou figurinos completos em que confiar.

Eu amo todos os aspectos trabalhar na TV e no cinema como ator em geral. Para nós, como atores, é como um playground onde você pode criar e trabalhar com outros atores e criar cenas e performances incríveis.

A alegria de trabalhar nas cenas e descobrir o que funciona ou não. É tudo um grande processo.

DJ: Tommie, você é um bailarino, não apenas um ator. Você se formou como dançarino de balé clássico. Sente falta de trabalhar em teatros?

TEJ: Sim, eu também sou um artista de palco e sim, treinei como bailarino clássico há muitos anos. Eu amo muito o teatro. Trabalhei em Londres no West End e também na Broadway, além de ter feito várias produções itinerantes.

Tenho saudades do teatro.

Sinto falta da gratificação instantânea que isso pode lhe dar. Ouvir uma resposta ao vivo de uma audiência ao vivo é sempre emocionante. Mas não se engane, trabalhar no teatro e fazer oito espetáculos por semana não é fácil. Mas eu amo isso. Mal posso esperar para fazer mais.

Norman Reedus e Tommie Earl Jenkins. Foto: Reprodução/Instagram

DJ: Como foi trabalhar com Norman Reedus em Death Stranding?

TEJ: Norman é o CABRA! Eu amo esse cara. Ele é tão real e pé no chão. O que você vê é o que você obtém e estou muito orgulhoso de ter tido a oportunidade de trabalhar com ele e conhecê-lo.

Espero que nossa relação de trabalho se cruze novamente em algum momento. Ele é incrível.

DJ: Seu personagem, Die-Hardman, é próximo ao personagem de Mads Mikkelsen, Cliff. Como foi trabalhar com Mads?

TEJ: Como Norman, Mads também foi incrível de se trabalhar. Sempre fui fã de seu trabalho como ator e ele era brilhante. A relação entre esses dois personagens era forte e emocional.

DJ: Você começou a trabalhar com videogames em 2017, com Guild Wars 2 e Pillars of Eternity II.

TEJ: Na verdade, comecei em videogames e outros trabalhos de locução muito antes de 2017, mas suponho que as pessoas ficaram sabendo de parte do trabalho que fiz muito mais tarde.

DJ: Certo. Com qual outro jogo você mais gostaria de trabalhar?

TEJ: Adoraria fazer parte de uma franquia Star Wars ou jogo da Marvel. Mas, francamente, estou feliz em trabalhar em qualquer jogo que eu me sinta conectado. Tem alguns jogos novos saindo! Portanto, mantenha seus olhos e ouvidos abertos para mim nas redes [risos].

DJ: O que você acha da indústria de videogames atualmente?

TEJ: Acho que a indústria de videogames mudou muito ao longo dos anos por boas razões. Acho que há mais inclusão e diversidade nos personagens e na escrita do jogo. Além disso, o estilo dos jogos evoluiu muito com enredos e aspectos técnicos.

Mal posso esperar para ver para onde eles vão. Talvez até eles sejam considerados para o Oscar um dia. É um lugar de novas oportunidades? Penso que sim. Acho que há mais oportunidades agora do que no passado.

DJ: Você poderia nos dizer dois ou três videogames que você mais gosta?

TEJ: Não me considero um gamer, mas gosto de The Last of Us, claro que de Death Stranding e Gotham Knights. Esses três estão lá em cima e tantos que ainda não tive a chance de jogar, mas espero um dia jogar.

Estou sempre tão ocupado que não tenho muito tempo porque estou muito ocupado aprendendo as falas [mais risos].

DJ: Quais produções da Netflix você mais gosta?

TEJ: Wednesday (Wandinha)…você viu? O Sandman é incrível e Lupin foi ótimo [Tommie fez a dublagem dessa série].

DJ: Você poderia nos dizer um ou dois filmes que você mais gosta?

TEJ: Adorei o último Top Gun e, claro, Pantera Negra Wakanda Forever. Mas essa também é uma pergunta difícil, porque há muitos bons.

DJ: Tem algo que eu não perguntei que você gostaria de falar?

TEJ: Eu só gostaria de agradecer pela oportunidade e dizer o quanto eu amo os fãs brasileiros! Mando amor e corações para vocês. E um grito para a comunidade LGBTQ+ e que todos nós precisamos trabalhar pela paz e pelo amor uns com os outros.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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