CONTÉM SPOILERS. Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
Teoria das cordas, buraco negro, buraco branco e buraco de minhoca. Faz sentido resenhar um filme de 2014 em 2025, mais de uma década depois? Eu sou fortemente adepto a não fazer review apenas no período de hype. Ou sou só uma pessoa com pouco tempo. Vi Interstellar nesses dias.
Além do filme ser ambientado em 2067, lidar com a escassez de comida e com um fazendeiro que vira astronauta, numa alegoria ao 2001 de Stanley Kubrick, Christopher Nolan abusa dos clichês sentimentais, enquanto explora alguns clichês também da ciência.
Cooper (Matthew McConaughey) e Brand (Anne Hathaway) obedecem ao Professor Brand (Michael Caine) em uma missão da NASA para buscar um planeta para além da Terra. Há outros tripulantes da Endurance e muitos morrem no caminho. A navegação espacial ocorre com auxílio de robôs e a história ganha muito por ser justamente simples.
Cooper não vai conseguir chegar até o final da missão devido às quebras temporais no espaço, mas terá uma chance de rever
sua filha Murph (Jessica Chastain), que foi deixada na Terra com um relógio idêntico ao dele. Como no espaço, os tempos possuem durações diferentes, Cooper não envelhece. E ele tem a chance de encontrar sua filha no leito de morte. Mas cumpre a promessa de pai. E esse é o principal spoiler do filme.
No entanto, o charme de Interstellar não está no final e sim no seu processo, exatamente pelas passagens diferentes de tempo, a vontade de mudar o passado do pai para a filha. O arrependimento e a missão que pode custar sua vida em torno da sobrevivência. E os takes, gravados em Alberta, no Canadá, e com muitos especiais contribuem para a imersão no filme.
Não é tão imersivo quanto Oppenheimer (2023), que vou deixar para escrever outro dia, mas a trilha minimalista de Hans Zimmer faz dessa obra do diretor Nolan aquela que toca nas sensibilidades deste que vos escreve.
O tempo é um dom, uma maldição e, muitas vezes, uma redenção. Vai além da mensagem piegas de amor familiar ou romântico.




Interstellar. Foto: Reprodução/Screen Rant/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.