Comprovado: beber álcool pode causar demência e Alzheimer - Drops de Jogos

Comprovado: beber álcool pode causar demência e Alzheimer

Estudo da USP descobriu relação entre o consumo de bebidas alcoólicas e doenças neurológicas

(Imagem: freepic.diller/Freepik)

Um novo estudo feito por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) com informações do Biobank for Aging Studies (Inglaterra) pode ter provado algo que sempre se desconfiou: o consumo de bebidas alcoólicas está diretamente ligado ao desenvolvimento de doenças neurológicas.

O estudo descobriu que pessoas que consomem oito ou mais doses de bebida alcoólica por semana têm muito mais chances de desenvolver doenças como demência e Alzheimer no fim da vida. Além disso, o consumo de álcool também causa impactos na memória, cognição e capacidade de raciocínio das pessoas.

Mas nem tudo é terra arrasada: o estudo também descobriu que pessoas que consomem menos de oito doses de bebida alcoólica por semana – ou que consumiam demais e pararam depois de um tempo – tem menos chances de desenvolver essas doenças ou ter o funcionamento do cérebro impactado.

Mas essa chance menor é apenas na comparação com aqueles que bebem demais – as chances delas desenvolverem essas doenças ainda é maior do que alguém que nunca consumiu bebidas alcoólicas.

Como foi este estudo sobre efeitos do álcool no cérebro

Os pesquisadores da USP usaram informações da autópsia dos cérebros de 1781 pessoas do Biobank for Aging Studies, com idades variando entre 67 e 91 anos. Essas pessoas foram divididas em quatro grupos: bebedores compulsivos (oito ou mais doses de álcool consumidas por semana), bebedores esporádicos (menos de 8 dose de álcool por semana), não-bebedores e ex-bebedores.

Foi então investigado em cada um desses grupos sinais que indicam perdas cognitivas ou a formação de doenças neurológicas no cérebro, como placas neuríticas, depósitos de amilóides e emaranhados neurofibrilares. O objetivo do estudo não era provar que consumir bebidas alcoólicas causa doenças neurológicas, mas descobrir se havia uma relação entre o consumo de bebidas alcoólicas e o desenvolvimento dessas doenças.

E essa relação ficou clara: foi encontrado sinais de que o consumo compulsivo de álcool está diretamente ligado a lesões no cérebro. E estas lesões podem impactar tanto as funções cognitivas quanto as de memória.

Conhecidas como arteriosclerose hialina, essa lesões são causadas quando os vasos sanguíneos do cérebro endurecem e afinam, o que dificulta o fluxo sanguíneo e acaba “machucando” o cérebro.

Enquanto apenas 40% de todos os cérebros estudados tinham essas lesões, os pesquisadores perceberam que, entre os bebedores compulsivos, a chance de terem essas lesões era 133% maior do que entre aqueles que nunca consumiram álcool.

Enquanto isso, ex-bebedores apresentaram 89% a mais de chances de desenvolverem essas lesões, e bebedores esporádicos tinham 60% a mais de chances de apresentar lesões no cérebro.

O estudo também descobriu que os bebedores compulsivos tinham 41% mais chances de desenvolver emaranhados tau, enquanto nos ex-bebedores eram 31%. Emaranhados de tau é um tipo emaranhado neurofibrilar que é indício do desenvolvimento de Alzheimer.

Além disso, a pesquisa também descobriu que, em média, os bebedores compulsivos morriam 13 anos mais cedo do que aqueles que não consumiam álcool.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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