A ministra dos Esportes do governo Lula, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, voltou a afirmar que eSports não são esportes. Em entrevista aos jornalistas Carlos Gil e João Gabriel Rodrigues do Globo Esporte, a ministra voltou a defender seu ponto de vista que vai contra resoluções mais recentes do COI e de países como Estados Unidos e Coreia do Sul.
“O eSport no Brasil não é reconhecido como esporte. Houve uma avaliação do Ministério do Esporte há uns oito anos. Eu acompanhei uma parte, fazia parte do conselho. Mas, na decisão, eu não fazia mais parte. Hoje, efetivamente, não é esporte. Isso é um processo que independe de mim”, diz ela.
Ela prossegue: “Dentro do fenômeno, a área esportiva tem um formato que tem a questão do movimento. O esporte é movimento. É isso é um fenômeno biopsicossocial. E o bio é muito importante. Como fenômeno científico, biológico, ele tem o movimento. Como fenômeno social, a competição ela pode, num primeiro momento, achar que ela caracteriza como esporte. Mas a competição por si só não denota movimento em eSports. É uma discussão que envolve muita coisa. Ela tem de ser feita. Politicamente, você pode tomar qualquer decisão”.
A entrevista foi dada em 12 de março de 2023. Há um mês, Ana Moser deu uma coletiva de imprensa a sites de esquerda afirmando que leu a cartilha Lula Play, que prega a formalização do setor de eSports e a aproximação dele de esportes, e pareceu recuar em sua opinião. Ela afirmou que games eram uma pauta “interministerial”.
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O jornalista Chandy Teixeira, chefe -executivo do gabinete de eSports da prefeitura do Rio de Janeiro, de Eduardo Paes, se manifestou sobre a fala da ministra no Twitter.
Ministra Ana Moser volta a fechar a porta para o esport brasileiro. O COI já discute. O mundo discute. O Brasil é potência. Mas a ministra segue com o discurso refratário. O que vamos fazer com esse potencial? Deixar no canto escuro da sala? É pra ontem um diálogo com o setor.
Eu pessoalmente me coloco à disposição para avançar esse diálogo que já está anos atrasado. Bolsonaro fazia galhofa nas redes, mas nada fez. E o novo governo deve pelo menos abrir diálogo. Há um atraso grande no assunto.
Se o problema é o reconhecimento político (que ela é contra), nós somos a favor. É difícil entender o conceito de rivalidade criado. São complementares.
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