Opinião: Ventos diferentes vêm da cena brasileira de jogos no sul do Brasil - Drops de Jogos

Opinião: Ventos diferentes vêm da cena brasileira de jogos no sul do Brasil

Quando decidi criar Geração Gamer, primeiro como livro-reportagem na faculdade com ajuda de três amigos e depois como coluna semanal no site TechTudo da Globo.com, não tinha ideia de onde este projeto jornalístico me levaria. Em 2014 eu o transformei num site independente que daria origem a este Drops de Jogos.

Foto: Kao Tokio/Drops de Jogos

Mas um grupo de pessoas foi crucial para alimentar ainda mais a minha curiosidade pela cena brasileira de jogos digitais em sua totalidade. E foram os integrantes da ADJogosRS, a associação de desenvolvedores do Rio Grande do Sul. Foram eles que chamaram e ajudaram a construir a cobertura do SBGames 2014 em novembro daquele ano. 

Desde aquele mês, eu e outros jornalistas presentes notamos que os desenvolvedores do sul do Brasil possuem uma integração diferente de outras regiões. Despreocupados com uma visão "nacionalista" sobre a nossa cena, eles agregaram os times de Santa Catarina e Paraná, puseram as diferenças de lado e trabalharam para construir um relacionamento de ganha-ganha entre todos. E fizeram um trabalho intenso com a prefeitura e o governo gaúcho, na época com Tarso Genro (PT) para consolidar eventos, encontros e outras realizações.

O mesmo trabalho segue com o governador José Ivo Sartori (PMDB) e com entidades como SEBRAE e os fundos de investimento locais.

Os desenvolvedores sulistas seguem uma frase comumente atribuída ao ex-beatle John Lennon: "Pense globalmente, aja localmente".

O segundo DASH Games que aconteceu em outubro deste ano trouxe justamente esta filosofia. Trazendo o holandês Rami Ismail, o evangelista inglês da Unity, Oscar Clark, o executivo da Chartboost norte-americana, Josh Curtis, e a desenvolvedora argentina Martina Santoro, o evento está se consolidando como um polo de atração de talentos. Estavam reunidos ali estudantes interessados em ingressar nas diferentes faculdades de games, incluindo os cursos da PUCRS, Feevale e Unisinos, além dos devs experientes.

Estes últimos estavam nas reuniões de negócios com essas personalidades internacionais, incluindo também empresas como GamePlan e lojas como a Souking.

Em torno de todos os bate-papos, festas e troca de experiências do DASH estava o mesmo clima de união que testemunhei na SBGames ocorrida dois anos antes.

Particularmente o Drops de Jogos recebeu um convite especial neste evento. Além de trazer uma cobertura exclusiva com apoio dos desenvolvedores, fomos convidados para apresentar os palestrantes durante o DASH e estreitamos as relações para promover uma cena que outras regiões não conhecem.

São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília precisam ter um olhar agregador sobre o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. BIG Festival, BRING (Mostra Brasiliense de Indie Games) e muitos outros encontros podem evoluir com este tipo de pensamento regional.

Pense global, aja local. É o mantra que carrego para a minha carreira como editor do Drops de Jogos. E acredito que isso vem dos ares diferentes que respiramos da cena de jogos do sul do Brasil.

Vem coisa diferente por ai.

Drops de Jogos viajou até Lajeado a convite da ADJogosRS para cobrir o DASH Games.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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