A E3 acabou? Por Pedro Zambarda - Drops de Jogos

A E3 acabou? Por Pedro Zambarda

Spoiler: Talvez sim

Da minha até a E3, em 2017

Da minha até a E3, em 2017. Foto: Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.

No dia 30 de março de 2023 uma notícia devastadora pode ser o anúncio de uma mudança na indústria de videogames. Sentindo os efeitos da pandemia do novo coronavírus e da Guerra da Ucrânia, a E3 2023, prevista para entre 13 e 16 de julho no Los Angeles Convention Center presencialmente, foi cancelada nos EUA.

A informação foi confirmada pela Entertainment Software Association (ESA), sua principal financiadora (e financiadora de grupos indie internacionais como IGDA), e pela organizadora ReedPop.

A E3 não era mais a “maior feira de videogames” há muito tempo. Concentra um público de cerca de 60 mil pessoas nas suas últimas edições. Perde bastante para as feiras na Ásia, para a Gamescom na Alemanha e até para a Brasil Game Show (BGS). No entanto, era o encontro mais relevante da indústria.

Os maiores e mais relevantes anúncios eram realizados naquela semana nos Estados Unidos. A feira recebia palestras de Hideo Kojima e de outras estrelas. Shigeru Miyamoto e a Nintendo batiam cartão na feira.

Mas as coisas já não eram como antes.

Inspirados pela Apple e por palestras corporativas, as empresas, aos poucos, passaram a priorizar os anúncios em formatos digitais e em eventos separados.

E uma entrevista ao site GamesIndustry.biz, do Reino Unido, é reveladora. O jornalista Christopher Dring faz a seguinte pergunta para Stanley Pierre-Louis, o presidente da ESA.

“Está nos planos da E3 voltar em uma edição presencial em 2024?”.

A resposta não é boa.

“Nos comprometemos em fornecer uma plataforma do setor para marketing e cobertura, mas queremos garantir que encontremos o equilíbrio certo que atenda às necessidades do setor. Certamente estaremos ouvindo e garantindo que o que queremos oferecer atenda a essas necessidades e, nesse momento, teremos mais novidades para compartilhar”.

O repórter insiste na pergunta, afirmando que essa resposta dá a entender que a E3 acabou. E ouve em resposta.

“A ESA defende a indústria dos videogames nos EUA há quase 30 anos. A E3 está em operação há muitos desses anos. É um recurso básico importante entre os que fornecemos para a indústria. É certamente uma das coisas que fornecemos para a indústria, no nosso trabalho de defesa dela, e estamos ansiosos para reuni-la para mostrar as incríveis inovações e trabalhos criativos que produzimos.

Isso continuará forte com a ESA, garantindo que continuemos a oferecer essas oportunidades. Certamente adoraríamos que a E3 continuasse a fazer parte disso, mas sabemos que continuaremos em nossas obrigações diárias em defesa da indústria e buscando solucionar seus problemas”.

Parece que, se o formato da E3 não deixar Ubisoft, Sony, Microsoft e outras gigantes satisfeitas, ela perde a sua função.

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Da minha até a E3, em 2017

Da minha até a E3, em 2017. Foto: Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Minha experiência com a E3

Conheci e trabalhei com repórteres que foram para a feira americana por uma década. Me credenciei três vezes. Viajei em duas ocasiões, em 2017 e em 2018. E ambas foram experiências que mudaram este Drops de Jogos.

É lamentável que uma experiência como essa deixe de existir, mas é a realidade de um mercado de tecnologia que vive uma nova fase menos extravagante do que anos anteriores. E que sofre impactos da crise econômica e política global.

Videogame não é indissociável do mundo que vivemos.

E o fim da E3 não significa o encerramento de outros eventos de jogos. Certamente eventos para grandes públicos ainda terão seu espaço, bem como feiras menores e mais nichadas.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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