Memory Card: 8BitMMO une jogabilidade atual com estética do passado [de 2012] - Drops de Jogos

Memory Card: 8BitMMO une jogabilidade atual com estética do passado [de 2012]

  • por em 3 de abril de 2023

8BitMMO une jogabilidade atual com estética do passado - Imagem: fotomontagem

8BitMMO une jogabilidade atual com estética do passado

Na onda dos indie games com design retrô, projeto pessoal de Robby Zinchard cria um intrigante ambiente explorável e multiusuário.

Minha queda pelo estilo 8 bits já é conhecida de muitos e, sempre que encontro alguma novidade sobre o tema, escrevo a respeito com grande entusiasmo.

Dessa vez, o lançamento em questão é o 8BitMMO, um game multiplayer que mescla a identidade visual dos consoles de 1ª e 2ª geração, com novidades que o aproximam das dinâmicas dos games mais atuais, embora mantenha o estilo retrô. O jogo foi oficialmente anunciado no último dia 16 de março (http://is.gd/MjmjA6).

Este texto é uma breve avaliação do projeto, que segue em desenvolvimento, apesar de estar disponível e plenamente funcional na rede.

O trabalho é a realização solo de Robby Zinchak, um designer com boa vivência no mercado, tendo passado por empresas do porte de Midway, Capcom e Microsoft, de onde saiu, segundo as próprias palavras para “trabalhar em sua própria visão [de games] e interagir com os fãs”.

O início do projeto não é novo, datado, como informa o autor, de 2001 para cá, com várias etapas de recomposição da obra, entre recodificações e mudanças no tipo de arte, e permanece na versão beta com acréscimos de novidades periódicas, para alegria dos entusiastas. De fato, a proposta é apresentada como um modelo “Sandbox”, termo extremamente abrangente, que sugere um mundo aberto, com possibilidades praticamente ilimitadas de navegação e jogabilidade (apenas para ilustrar a ideia, GTA 3 (2001), Shenmue (1999) e Minecraft (2011) são considerados games do gênero).

O game, produzido em plataforma Java, tem apresentação visual com vista superior (Top down view) e estética baseada em games antigos, numa arte que mescla elementos de Atari e NES, como se o Adventure de Warren Robinett fosse atualizado para servir de preview para Dragon Quest ou The Legend of Zelda.

Talvez a maior referência direta do game ao princípio de Sandbox seja o fato de possibilitar a construção de praticamente qualquer instalação arquitetônica dentro do mundo, de choupanas a cidadelas, de forma individual ou coletiva. “Estou impressionado com as criações que os jogadores estão realizando.” disse o desenvolvedor, segundo informação do site GameTrailers (http://is.gd/keO16Y). “As pessoas estão criando uma arquitetura realmente bacana […] Um jogador fez uma enorme estátua de um dragão voador. Mal posso esperar para ver o que eles farão em seguida!”, finaliza, eufórico.

Além da construção de ambientações e moradias, o game também permite a customização dos personagens, que também ganham atualizações periódicas, como a recente versão S8.0, que implementa novas modificações ao game. O site do game (http://is.gd/C74mUo) informa as principais mudanças da nova versão, como a introdução de uma nova raça de jogadores (Zumbis, que podem infectar outros personagens!), a apresentação de um vasto mundo a ser explorado (o MegaMap), a possibilidade de troca de itens entre os jogadores, novas formas de customização e controles para a criação de cidades, além de inúmeras armas como a Pixel Pistol, entre outros.

De qualquer forma, a graça do jogo reside, claramente, na adoção de sua estética retrô. O motivo para esta opção? “Nostalgia! Eu cresci com jogos de 8 e 16 bits”, comentou Robby Zinchak, em entrevista concedida ao site Chick Geek Games (http://is.gd/xlU9Y1). “Foi nessa época em que a linha entre realidade e fantasia não tinha 100% cimentou ainda, e parecia que os mundos eram infinitos. Esses lugares pareciam reais, como se você pudesse entrar e fazer parte deles. Com o 8BitMMO, tentei captar esse sentimento da minha infância e criar um mundo de 8 bits onde você realmente pode se tornar um personagem no jogo”. Para muitos, talvez não haja sentido em se construir, nos tempos atuais, um game que imerge em características tão ancestrais em termos de design digital, mas há um imenso contingente de pessoas com mais de trinta ou quarenta anos que ainda nutre verdadeira paixão por esse estilo de arte. Já escrevi anteriormente sobre este assunto, no artigo “O Movimento Neo-Retrô nos Games”, de 2009, disponível no site GameCultura (o artigo será postado novamente aqui no Drops de Jogos) e continuo a crer que “a estética de 2, 4 e 8 bits se mantém instigante e atrativa ao público gamer, mesmo nesses tempos de hi res”, como afirmei, dado que se avolumam as propostas de jogos inspirados nesse passado não tão remoto. Adicionalmente, o meio gamer vem recebendo levas crescentes de novos jogos independentes, oferecidos por meio das redes dos consoles (a exemplo da Live, do XBox 360) e como aplicativos para os gadgets portáteis.

“Enquanto as crianças nascidas em um mundo dos jogos de tiro 3D, World of Warcraft e as plataformas de jogos portáteis não conseguem entender, de cara, o ganho de gráficos pixelados, desatualizados e primitivos, o mundo ainda gira em torno de encarar os jogos de estilo clássico”, observa Nina, a articulista do blog Chick Geek Games (http://is.gd/xlU9Y1). De fato, parece haver uma retomada pelos gráficos” primitivos”, como afirma a blogueira ou, no mínimo, uma reapropriação dessa estética, como vemos em games que, ao invés de reproduzir fielmente as limitações técnicas da arte de 8 bits, a simulam como efeito visual, a exemplo de games recentes, como 3D Dot Heroes (http://www.3ddotgameheroes.eu/), um belo game criado para PS3, Game Centre: Picross 3D (http://www.picross3d.com/), desenvolvido para o Nintendo DSi e Neverdaunt 8 Bit, que pode ser baixado para jogar via rede.

Esse texto foi postado originalmente no site Aperta Start, em junho de 2012, quando ainda assinava os artigos como ‘Kao Cyber Tokio’. As informações gerais foram mantidas conforme escritas à época. O game 8BitMMO continua disponível para aquisição via Steam.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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