No dia 28 de outubro de 2021, Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, anunciou uma grande mudança em sua empresa. A companhia, que comprou o WhatsApp e o Instagram, passa a se chamar Meta.
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A rede social continua se chamando Facebook. Mas sua empresa principal passa a se chamar Meta.
Marca usou o metaverso como sua principal inspiração. Isto porque tem a ver com os espaços virtuais e avatares. Mark Zuckerberg explicou que a palavra Meta vem do grego “metá”, que significa “além” ou “em seguida”.
“No momento, nossa marca está intimamente ligada a um produto só. Mas, com o tempo, esperamos ser vistos como uma empresa de metaverso”.
“Somos uma empresa com foco em conectar pessoas. Hoje, somos vistos como uma empresa de mídia social. Construir aplicativos sociais sempre será importante para nós, e há muito mais para construir. Mas, cada vez mais, não é tudo o que fazemos. Em nosso DNA, construímos tecnologia para aproximar as pessoas. O metaverso é a próxima fronteira para conectar pessoas, assim como as redes sociais o eram quando começamos”, completou.
A mudança pode ter chamado a atenção do universo da tecnologia, mas não os observadores mais atentos.
Facebook já havia adquirido a Oculus, já estava investindo em realidade virtual e estava competindo com a Valve nesse ramo. Por trás da mudança está a indústria dos videogames.
E, há, claro, os problemas que o Facebook acumulou com a eleição de Donald Trump em 2016 – permitindo que uma empresa como a extinta Cambridge Analytica utilizasse sua rede social para favorecer discursos de extrema direita.
Vieram então os vazadores dentro da própria empresa.
As denúncias feitas por Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, se tornaram fontes de uma série de reportagens. Um consórcio chamado “The Facebook Papers”, formado por 17 veículos jornalísticos dos Estados Unidos, incluindo New York Times, CNN e Washington Post, começou a publicar detalhes de documentos vazados da companhia de Mark Zuckerberg.
Esses arquivos mostram que o Facebook foi alertado por funcionários sobre a disseminação de desinformação e discurso de ódio antes das eleições americanas de 2020. Além disso, pesquisas internas da empresa revelam que os algoritmos impulsionam conteúdos de movimentos conspiratórios como o QAnon.
Veículos jornalísticos tiveram acesso a documentos recebidos pelo Congresso americano, em grande maioria os materiais divulgados por Frances Haugen, que prestou depoimento no Senado dos Estados Unidos em 5 de outubro.
Esse dossiê indicou que o Facebook aumenta o alcance de publicações de ódio, permite a circulação de conteúdos sobre tráfico humano e de drogas, trata celebridades e políticos com regras diferenciadas e não mantém o mesmo nível de moderação em países fora dos Estados Unidos.
Ao The Verge, Zuckerberg desmente que a mudança da marca tenha a ver com a atual crise.
“Começamos isso tudo bem antes do ciclo atual [de más notícias]”.
“Mesmo que eu ache que algumas pessoas possam querer fazer essa conexão, acho que é uma coisa meio ridícula. No mínimo, acho que este não é o ambiente no qual você gostaria de apresentar uma nova marca”.
Mas é difícil acreditar totalmente no executivo do Vale do Silício.
Por fim, uma startup alemã M-Sense, que desenvolveu um aplicativo para controlar enxaquecas, destacou nas redes sociais que a Meta, como a empresa “Facebook” agora é chamada, tem um logotipo bem parecido com o deles. Embora não tenha nenhuma prova de plágio, a M-Sense destacou que espera que a Meta também aproveite a oportunidade para se inspirar na gestão de privacidade que maneja em sua empresa.
Com todas essas informações, uma coisa é clara: Para além da crise política interna, o Facebook está de olho em tecnologia, inovação e realidade virtual.
E isso passa, sim, por videogames – eles terão GTA em VR, por exemplo.
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