CONTÉM SPOILERS.
Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.
Não foram as cenas de sexo, as minorias imigrantes representadas ou mesmo o ataque em massa dos brasileiros que não tiveram o prazer de ver Fernanda Torres ganhar Oscar que me fizeram mudar de ideia sobre Anora. O problema que me fez desgostar do filme de Sean Baker é basicamente o roteiro.

Mikey Madison, uma das revelações de Era Uma Vez em Hollywood de Quentin Tarantino, parece ter realmente repetido o roteiro de A Substância ao ganhar a estatueta dourada. Sua personagem Ani, que dá título ao filme, de fato é contagiante. Mas não o suficiente para valer o prêmio máximo da indústria audiovisual americana. Fernanda Torres encaixaria melhor. Demi Moore, vítima do mesmo enredo do seu filme, seria um Oscar digno para uma atriz madura.
O grande problema de Anora é seu ritmo extremamente arrastado na primeira uma hora, com o romance repleto de cenas de nudez entre a protagonista e o herdeiro dos oligarcas russos.
A segunda metade melhora, mas não salva o filme: Os pais dos oligarcas agridem Anora e as cenas parecem um filme ruim de Tarantino. A conclusão é óbvia: A prostituta que se casa em Vegas com o herdeiro do crime organizado da Rússia sofre em sua sexualidade.
No entanto, os estereótipos russofóbicos e os clichês cinematográficos tornam esse filme esquecível. Preferia ter começado a ver os vencedores do Oscar por outro dos filmes.
Não foi a pior coisa que assisti, mas é um longa passável, no máximo.

Anora. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.