"Adoro matar dragões!": brasileira fala de sua experiência no desenvolvimento de World of Warcraft - Drops de Jogos

“Adoro matar dragões!”: brasileira fala de sua experiência no desenvolvimento de World of Warcraft

Devs falaram de World of Warcraft: Dragonflight; brasileira trabalha na Activision Blizzard, nos EUA

Brasileira Laura Sardinha

Brasileira Laura Sardinha da Activision Blizzard. Foto: Reprodução/YouTube

O Drops de Jogos participou de uma coletiva de imprensa da Activision Blizzard com os desenvolvedores Morgan Day (Associate Game Director) e a brasileira Laura Sardinha (LEAD UI Designer). A conversa foi online no dia 16 de novembro de 2022. A empresa está divulgando o MMORPG World of Warcraft: Dragonflight.

Na entrevista, perguntamos aos devs sobre suas influências dentro do jogo, para qual facção eles são fãs (Aliança ou Horda), algumas das mudanças em Dragonflight, que tem foco em dragões, e a carreira de Laura, que passou por outras multinacionais antes de entrar na Activision Blizzard. Confira a conversa.

Drops de Jogos: Olá, Laura e Morgan. Vivemos numa época de séries por streaming, como a Netflix. Cito House of Dragon e Rings of Power como exemplos de produções desse tipo. Como essas séries influenciam o trabalho de vocês? E pergunto para a Laura: Como era sua carreira antes da Activision Blizzard? O que você fazia, antes e depois?

Morgan Day: Dragões sempre fizeram parte da história de World of Warcraft. Há relações deles com outros seres, como os orcs e os dragões vermelhos. Há, em Dragonflight, vários easter eggs [referências a outros games da franquia]. Existem opções para ampliar a história nas quests, porque há muitos elementos ricos nesse território que exploramos nesse episódio, na ilha dos dragões.

Não criamos classes além da conta, mas mantivemos os elementos bem colados nesse mundo, para tornar a experiência mais completa.

Dragões, num geral, são sempre personagens inspiradores. Gostamos quando vemos interpretações diferentes das pessoas em relação ao nosso trabalho. E gosto como os dragões se transformam nessa lore. Olhe como é a Alexstrasza [ele aponta para o poster dele atrás, em que ela aparece na forma de uma mulher]. É a ‘rainha dos dragões’.

É algo que exploramos na nova classe Dracthyr Invoker, que também é uma nova raça relacionada com esse novo episódio. Você tem uma “visit form” e uma forma de dragão mesmo, e eles são diferentes. Há diversas opções de customizações do personagem que tornam a experiência mais divertida.

Eu gosto muito de dragões, não só os da história de Warcraft, então gostei muito de me envolver nessa experiência.

Laura Sardinha: Morgan diz que gosta de ver dragões. Eu prefiro e adoro matar dragões [risos]! Eles são a minha raid favorita. É muito bom quando temos um dragão para matar. São meus chefes favoritos e eu fiquei muito entusiasmada em enfrentá-los.

Estou na Blizzard há sete anos, sempre no time de Warcraft. Sempre joguei WoW. Joguei a minha vida toda. Antes da Blizzard, trabalhei como Interface Designer no Brasil para a Nokia e para a Microsoft. Trabalhei com aplicativos mobile nessas empresas. Depois eu fui aos Estados Unidos para ter o meu mestrado em game design.

Jogos sempre foram o meu sonho.

Sempre quis trabalhar na Blizzard e WoW é meu jogo favorito de todos os tempos. Fiz uma entrevista, consegui e entrei como UI Designer desde a expansão Legion. Desde aquele momento, eu fui evoluindo na empresa até atingir o cargo de lead. É uma honra trabalhar aqui.

Eu sempre olhei o design e fiquei pensando no que poderia ser melhorado, aqui e ali. E agora eu posso fazer isso. Trabalho com essa equipe excelente e com esses grandes artistas. Tenho orgulho de fazer parte e de ter construído parte dessa história.

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Brasileira Laura Sardinha

Brasileira Laura Sardinha da Activision Blizzard. Foto: Reprodução/YouTube

DJ: Li que as facções em Dragonflight, a Horda e a Aliança, passaram por algumas mudanças. Sobretudo nas mob kills, nas batalhas em conjunto. As facções podem se ajudar, mesmo se forem diferentes. Queria saber mais detalhes sobre essa mudança e se Morgan e Laura preferem jogar de Horda ou de Aliança.

MD: Sim, nós tivemos algumas mudanças na jogabilidade das facções. Antes de Dragonflight, ganhamos a possibilidade de mudar de facção. Isso foi um grande passo. O sistema do game e as mecânicas acabam seguindo a lore do jogo. Vimos isso em Legion e Battle for Azeroth teve um pouco disso.

Nós fomos mudando aos poucos e ouvindo a comunidade para ver se as mudanças fariam sentido. Seria interessante montar uma guilda com as duas facções? Isso é algo que podemos fazer e é algo que nosso time ouviu.

Joguei nas duas facções. Eu joguei mais com a Horda em Shadowlands e estou com a Aliança em Dragonflight. Vou de Aliança depois de algum tempo sem jogar com eles!

LS: Sobre o encontro entre as facções, é importante dizer que trabalhamos essas mudanças para funcionarem de uma maneira sutil. Elas ocorrem de maneira orgânica, sem muita explicação, vendo que você está jogando com alguém de outra facção.

Eu sou pela Horda! Tentei a Aliança um pouco, mas todo mundo na minha guilda é Horda. Gosto dos Tauren, então eu fico com eles mesmo.

DJ: Vi um vídeo de vocês da Activision Blizzard e vi mais mulheres, trans e LGBTQIAP+ entre os funcionários. Vocês viram algum avanço na empresa do ponto de vista da diversidade?

[Nota: Importante lembrar que ex-funcionários foram acusados de assédio em um passado recente].

LS: Como tudo o que se refere a isso, tem muito trabalho a ser feito. A Blizzard está de olho nisso. Posso dizer que, do meu ponto de vista, as coisas estão acontecendo de modo maravilhoso. Tive oportunidade de trabalhar com essa reformulação de UI. Expandi minha carreira aqui.

Estou acompanhando tudo de perto. Sendo uma mulher nessa indústria, nesse time, nessa companhia, é muito bom estar nesse processo. Posso acompanhar de forma cuidadosa. Reforço os aspectos positivos.

O time está muito empolgado com Dragonflight e com tempos novos. Isso veio com boas mudanças. É muito bom estar aqui.

MD: Como Laura disse, sempre há mais trabalho a ser feito nesse aspecto. Estou orgulhoso do time. Estou orgulhoso do trabalho que eles fizeram. Como representante, devemos ser mais inclusivos.

Temos que mudar o corpo dos personagens no jogo, a forma como constituímos eles. Você tem que estar representado no game e estamos trabalhando em opções nele. Queremos personagens que sejam tão inclusivos quanto nossos espaços de trabalho na empresa. Isso é muito importante e queremos sempre inovar nesse aspecto.

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